Não é novidade que a transformação digital vem reconfigurando as nossas vidas pessoais e profissionais. Nesse cenário, surgem inúmeros debates sobre quais serão as profissões do futuro — surgirão novos formatos de trabalho? Os humanos serão trocados por robôs? Quando isso se concretizará?
Uma coisa podemos garantir, essa realidade não está tão distante quanto muitos imaginam. Para nos aprofundarmos no tema, conversamos com Maru Carracedo, que é Diretora de Comunicação e Relações Públicas da Eidos Global, e compilamos neste artigo quais são as profissões do futuro, como elas impactarão o dia a dia empresarial e como é possível se preparar para receber tal movimento da melhor forma possível. Acompanhe!
As profissões do futuro
De acordo com o relatório publicado pelo Fórum Econômico Mundial, a grande maioria das profissões do futuro ainda não existe. Contudo, é possível ter uma prévia das mudanças que estão por vir: um estudo realizado pelo McKinsey Global Institute concluiu que 375 milhões de trabalhadores poderão ter a sua ação profissional transformada pela automação de processos.
Segundo a especialista, esse futuro requer que as pessoas tenham a mente aberta e estejam dispostas a aprender constantemente. Algumas profissões já de destacaram como tendências nesse novo contexto. Confira!
Cientistas de Dados
Você já ouviu a máxima “os dados são o novo petróleo”? Pois bem, em um mundo rodeado por tecnologia, a captação de dados tornou-se um elemento-chave para as organizações. Entretanto, ter a posse desses ativos não é suficiente. A informação somente torna-se sinônimo de poder quando as empresas conseguem processar os dados coletados para extrair o que, de fato, é estratégico.
Logo, a capacidade dedesenvolver algoritmos e analisar com criticidade toda essas informações para embasar decisões acertadas são habilidades que as empresas buscarão, cada vez mais, nos profissionais.
Engenheiros ambientais
Assim como o Cientista de Dados, o Engenheiro Ambiental também está ganhando grande espaço no mercado de trabalho. O seu papel daqui para frente será propor soluções, com base tecnológica, para promover o avanço da sociedade sem comprometer o meio ambiente. Portanto, ele será um dos principais responsáveis por um futuro sustentável.
Criadores de conteúdo
Apesar de ainda não haver um nome definido para essa profissão, Maru diz que “a mente por trás da tecnologia” será essencial no futuro. Segundo ela, a Inteligência Artificial só cumprirá o seu papel se estiver aliada a uma pessoa criativa e com escrita inteligente, capaz de misturar e combinar informações relevantes para criação de conteúdos alinhados às necessidades dos consumidores.
Os profissionais do futuro
Para Maru, as pessoas não estarão aptas a encarar o mercado do futuro se as escolas seguirem com o modelo vigente de educação. Isso porque o sistema tradicional fundamenta-se na educação passiva — escutar, memorizar, repetir e fazer um teste para avaliar o seu entendimento —, que não concede o aprendizado necessário para impulsionar a inovação.
Entenda algumas habilidades que precisarão ser desenvolvidas pelos trabalhadores para que possam alcançar resultados efetivos em suas profissões!
Ser mais humano
Profissionais com competências sociais emocionais, serão cada vez mais procurados pelas empresas. Afinal, são habilidades como a comunicação e a empatia que diferenciam os humanos das máquinas e os tornam tão especiais.
Esses atributos mostram-se fundamentais, tanto no que diz respeito aos novos formatos de consultas médicas remotas quanto à configuração de bots de assistência ao cliente. Afinal, é a capacidade do profissional de humanizar esses processos que garante a personalização do atendimento e intensifica o relacionamento com os clientes.
Aprender a aprender
Como dissemos, muitas funções desaparecerão nos próximos anos. Portanto, precisamos nos manter atualizados para encarar os desafios desse ambiente repleto de mudanças profundas. Para isso, o conhecimento técnico não bastará.
Aqui, as habilidades sociais cognitivas se mostram cruciais. Desenvolvendo o trabalho em equipe e o pensamento crítico, por exemplo, os profissionais conseguirão se adaptar rapidamente a novos cenários e, a partir de então, aprender a parte técnica do trabalho ao qual estarão atrelados.
É preciso aprender a aprender e desenvolver a capacidade de reaprender sempre que necessário. “Temos que treinar os nossos cérebros tanto quanto treinamos os nossos corpos“, afirma Maru.
O papel das empresas
Não só o sistema educacional interfere nessa realidade a qual nos referimos. Diversos stakeholders estão envolvidos e precisam atuar em sintonia para conceder o devido suporte à formação dos profissionais do futuro.
As organizações e os seus líderes devem proporcionar um ambiente colaborativo e oportuno a esse desenvolvimento. A atualização do sistema educacional por parte do governo pode demorar, entretanto, as empresas têm a vantagem de conseguirem mudar e inovar de modo muito mais rápido e eficiente.
Já há muitas companhias promovendo programas direcionados para educação dos funcionários com intuito de prepará-los para assumir novos papéis. Nesse processo, é fundamental que sejam criados espaços abertos e criativos nos quais os colaboradores consigam estruturar projetos e desenvolver soluções estratégicas para os complexos problemas que surgem com o avanço da tecnologia.
A ideia central é que os funcionários participem ativamente da criação desse futuro — e isso também demanda engajamento por parte das equipes. Portanto, as empresas precisam estimular que os seus profissionais aprendam novas habilidades, treinem e as pratiquem por meio de uma mentalidade de educação em formato “open source”.
Em resumo, apesar de algumas profissões do futuro já serem conhecidas, a maioria delas ainda deverá ser criada a partir das demandas advindas da automação de processos que invade o mercado de trabalho. Entretanto, isso não significa que não seja possível se preparar para esse futuro que já começou.
O segredo, como disse Maru, é estar em constante aprendizado e focar no desenvolvimento de habilidades sociais como empatia, comunicação e criatividade. Somado a isso, as escolas, órgãos governamentais e empresas precisam trabalhar em conjunto para garantir a consolidação de um modelo de educação ativo que viabilize às pessoas uma atuação alinhada ao novo cenário.
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