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Belgo Arames
Publicado por: Belgo Arames
Por que usar cordoalha engraxada para protensão?

A cordoalha engraxada para protensão é um componente importante em obras de construção civil, podendo ser empregada em diferentes categorias de projetos, como os pavimentados e residenciais de alto padrão. Além disso, ela também oferece outros diversos benefícios, como proteção contra corrosão, redução do atrito entre a peça e o concreto, entre muitas outras.

Neste texto explicaremos o conceito de cordoalha engraxada para protensão e destacaremos algumas das suas principais características. Acrescentando a isso, listaremos e elucidaremos as principais razões pelas quais ela é amplamente utilizada em obras de construção civil.

Aqui, também vamos ressaltar como definir o tipo de cordoalha para um projeto e, para isso, contamos com o auxílio do professor e diretor da ENGINEME, Orlando Lustosa, para esclarecer algumas informações sobre o tema. Portanto, continue conosco e saiba mais sobre o assunto!

O que é a cordoalha engraxada para protensão?

Trata-se de fios de aço entrelaçados em formato de hélice, componente empregado em procedimentos de protensão não aderente. Esse tipo de cordoalha é revestida por uma camada de graxa que, segundo Lustosa, “ajuda a proteger contra oxidação e reduzir o atrito entre a capa de PEAD” e depois é coberta por polietileno de alta densidade (PEAD). Complementar a isso:

  • o aço, uma fusão de ferro com alto nível de carbono, é um dos materiais metálicos mais fortes criados;
  • as cordoalhas ainda são constituídas por uma quantidade menor de fios, mas cada um com um diâmetro mais espesso do que os cabos de aço tradicionais;
  • o entrelaçamento desses fios proporciona um reforço extra.

Essa configuração, aliada ao material utilizado, conferem às cordoalhas engraxadas uma maior resistência e durabilidade, tornando-as uma alternativa em diversos tipos de estruturas de concreto protendido.

Quais são as suas características?

A cordoalha engraxada para protensão pode ser empregada em edificações com diferentes tipos de pavimentação. O uso de tal recurso possibilita uma performance melhorada de tais estruturas em prédios e casas. Ela é aplicada na tensão não aderente, feita depois de o concreto alcançar a resistência estabelecida para cada tipo de obra. Assim, os cabos são tensionados ao ponto de:

  • gerar equilíbrio de forças;
  • usufruir da capacidade que o concreto tem para aguentar a compressão;
  • diminuir de modo considerável brechas e rachaduras causadas pela tração;
  • prolongar de forma significativa a vida útil da parte estrutural focada.

De acordo com o diretor Lustosa, é possível obter vãos maiores, melhor desempenho ao longo do ciclo de vida da estrutura para pisos industriais e pisos mais longos e com menos patologias futuras.

Desse modo, ela se torna um recurso bastante versátil e é aplicada em espaços, como:

  • galpões;
  • lajes protendidas;
  • pisos industriais protendidos;
  • pontes;
  • radier protendido;
  • recuperação de estruturas;
  • viadutos estaiados.

Quais são as razões para utilizá-la?

Até aqui, já citamos algumas. Porém, neste tópico seremos mais específicos em relação a cada motivo por qual implementar as cordoalhas engraxadas. Confira!

Redução de custos

Os investimentos no projeto são sempre o primeiro alvo da economia. Por isso, sempre que viável é interessante encontrar formas de cortar gastos. Conforme Lustosa aponta, ao aplicar as cordoalhas engraxadas, é possível poupar recursos financeiros em:

  • redução da quantidade de aço e de armadura passiva;
  • diminuição no número de forma, devido ao uso de lajes lisas;
  • menos logísticas de canteiro, graças à redução de material;
  • menor custo de mão de obra, já que serão empregados mais processos industrializados;
  • menores chances de haver problemas nas estruturas prediais, o que acarreta economia com relação a manutenções futuras.

Durabilidade da estrutura

A cordoalha engraxada para protensão proporciona mais estabilidade ao concreto, o que, por consequência, provoca menos rachaduras nas estruturas. Dessa forma, promove a duração das partes da edificação onde está presente. Ou seja, a cordoalha contribui para a durabilidade da peça (estrutural), aponta Lustosa.

Ainda segundo o especialista, a cordoalha engraxada “tem um controle melhor das ‘fissurações’ na estrutura e das ‘deformadas’ também”, assim consegue gerar mais durabilidade.

Diminuição do peso

A junção do aço mais o concreto protendido fornece um resultado técnico efetivo com menos material. A quantidade de aço é reduzida e se consegue praticamente cortar pela metade o peso nele, esclarece o diretor da ENGINEME.

Dessa maneira, é possível obter:

  • estruturas menos pesadas; logo, mais fáceis de manusear;
  • mais áreas livres no canteiro de obras;
  • diminuição de custo com profissionais que atuariam com o aço.

A respeito desse último tópico, Lustosa acrescenta que o importante é a redução do peso de aço, “não só pela quantidade em si do material comprado, mas pela redução da mão de obra no canteiro, porque, para cada quilo de aço aplicado na obra, você vai ter ali horas de trabalho de ferreiros”.

Como definir o tipo de cordoalha de um projeto?

Há dois aspectos, segundo Lustosa, importantes na hora de escolher a cordoalha para sua edificação, são eles:

  • primeiro, tipologia da obra — qual a classificação do projeto? Pode ser uma ponte, um viaduto, uma obra de infraestrutura, como um aeroporto ou rodoviária;
  • segundo, ordem de grandeza dos vãos — isso vai estabelecer a quantidade e o tipo de cordoalhas empregadas no projeto, que pode ser a engraxada ou a aderente.

Ainda segundo o especialista, as cordoalhas aderentes são muito empregadas em pontes e viadutos, pois tais obras apresentam grandes vãos. Assim, é mais vantajoso agrupar as cordoalhas aderentes nesses projetos com vãos mais amplos, por elas terem uma quantidade maior de cabos.

“Já na aplicação predial comum, a engraxada é mais interessante, pois os vãos não são tão grandes quanto os de pontes, e, portanto, você precisa de menos cordoalhas”, explica o especialista sobre o uso da cordoalha engraxada.

Segundo ele, essa ainda é melhor de ser implementada nos projetos prediais, devido à facilidade de execução dela. Isso porque a cordoalha aderente demanda mais processos do que a engraxada para a finalização do procedimento.

O que é PTI e como se aplica à cordoalha engraxada?

O Post-Tensioning Institute é uma organização privada estadunidense voltada à regulamentação de vários critérios da aplicação de cordoalhas engraxadas nos EUA. Porém, o instituto é uma referência também mundial quando se trata de normatizações, inclusive aqui no Brasil.

Hoje, existe a normatização, no Brasil, da NBR 6118, que define critérios de projetos, de comprimentos e de outros atributos importantes nesse nível. Além disso, recentemente, há a Associação Brasileira de Protensão (ABP), que foi inspirada no PTI, esclarece Lustosa sobre regras e instituições nacionais.

Ainda segundo o especialista, a ABP lançou em 2022 um catálogo técnico, no qual a instituição propõe parâmetros de execução em relação às cordoalhas engraxadas no cenário nacional. No entanto, “o PTI segue sendo a grande referência em termos de processos e arranjos tecnológicos da cordoalha engraxada”, enfatiza o profissional e professor de engenharia.

Como pôde ver, a cordoalha engraxada para protensão é um recurso bastante vantajoso para as edificações residenciais e industriais. Ela proporciona benefícios e seus resultados surpreendem quem a aplica pela primeira vez. Por isso, é uma técnica que veio para ficar na construção civil.

Entre em contato conosco e saiba mais dos nossos produtos na construção civil!

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