Fotografia de estacionamento subterrâneo
Belgo Arames
Publicado por: Belgo Arames
Pisos de subsolo de edifícios: como planejar e executar

Os pisos de subsolo em edifícios são similares a muitas outras estruturas do tipo, mas isso não significa que não há particularidades em suas características na hora de planejar e executar. Por que um engenheiro tem que dar atenção especial a essa etapa da construção? Qual é o passo a passo que você deve seguir? Responder essas perguntas pode ser um diferencial na qualidade do seu trabalho!

Grande parte do sucesso na execução de uma obra está no planejamento adequado para as especificidades em todas as etapas da construção.

Conhecer os desafios e as soluções para cada detalhe da estrutura é o papel de um engenheiro civil que preza pela qualidade.

Portanto, preparamos este post com a ajuda do engenheiro Thiago Fioravanti para focar em um desses casos: a construção de pisos de subsolo de edifícios.

Entenda a importância desse processo, os problemas a serem evitados e como planejar a etapa visando eficiência e vida útil. Confira!

A importância de um bom planejamento nos pisos de subsolo de edifícios

Assim como qualquer etapa da construção civil, a execução de pisos de subsolo exige uma preparação adaptada ao seu tipo de uso previsto e a adequação ao terreno.

Mas por que ter uma atenção especial com o subsolo da edificação? Thiago conta que o desafio dessa etapa está nas características desse tipo de ambiente: são locais com pouco espaço e muitas interferências construtivas como pilares, canaletas e caixas diversas.

Também há as características de seu posicionamento, mais suscetível a problemas na interação com o solo — principalmente no caso de infiltrações.

Por se tratar de uma pequena etapa da obra de um edifício, não é raro que se dispense pouquíssima atenção à execução desse piso, muitas vezes, negligenciando o controle tecnológico. Portanto, é difícil contar com mão de obra especializada, o que contribui para a ocorrência de patologias durante sua vida útil.

Os problemas causados por planejamento e execução deficientes

Essa negligência comum no piso de subsolo de edifícios leva a problemas já bastante conhecidos de engenheiros e usuários do espaço e que não demoram a aparecer com o tempo. Veja as patologias que Thiago aponta como as mais comuns associadas a uma execução deficiente:

Fissuras

As fissuras, nesse caso, são decorrentes, principalmente, da retração por secagem. Podem ocorrer por:

  • quantidade ou posicionamento inadequado das juntas;
  • armadura ineficiente ou mal posicionada;
  • atraso no corte das juntas;
  • grande variação na espessura da placa de concreto;
  • cura deficiente.

Todos esses erros na execução precisam ser evitados, pois as fissuras se tornam porta de entrada para agentes agressivos ao concreto — criando um ciclo perigoso de degradação.

Exsudação do concreto

É o fenômeno migratório da água para a superfície do concreto, deixando-o suscetível à segregação — além de alterar o fator água/cimento da superfície.

É outro fenômeno prejudicial que pode degradar o piso e causar efeitos negativos tanto esteticamente quanto estruturalmente.

Esborcinamento das juntas

Causado pela ausência do selante ou pelo seu uso inadequado: a escolha de um selante inapropriado ou tratamento incorreto em sua aplicação.

Nesse caso, há quebra ou esfarelamento na borda das placas, outro problema que gera degradação estética e expõe o concreto e armadura a agentes agressivos.

Esses são os problemas mais comuns enfrentados quando não há um planejamento completo e um empenho na execução de pisos no subsolo.

São questões que variam em intensidade e quantidade, mas que podem ser essenciais para definir a qualidade de uma edificação a longo prazo.

E, como você sabe, a vida útil e manutenção facilitada de estruturas em uma construção podem ser um diferencial de mercado. Por isso, é importante atentar a esses desafios e se preparar para evitá-los.

O passo a passo para planejar e executar um piso de subsolo

Então vamos ao que interessa: como planejar e executar o piso nesse tipo de ambiente para evitar todos os problemas que citamos? Esse é um trabalho que começa muito antes de ir para o canteiro de obras. Veja as etapas:

Planejamento do piso de subsolo de edifícios

O planejamento de um piso, seja térreo ou subsolo, consiste em avaliar e propor todas as etapas que antecedem e que ocorrem durante a execução do piso e envolve uma série de etapas:

  • projeto;
  • correta compactação do solo local com equipamentos adequados;
  • execução da camada de sub-base;
  • definição do tipo de lançamento do concreto (bombeado ou convencional);
  • rotina e programação de concretagem;
  • avaliação do traço do concreto;
  • verificação de interferências de outras frentes de serviço.

Todos esses passos são inerentes a qualquer obra de piso de concreto, mas, no caso do subsolo, algumas dessas etapas precisam de mais atenção.

Um desses exemplos é a sub-base, elemento intermediário entre o piso de concreto e o subleito que possui função principal de controle das deformações provenientes do piso.

A sub-base é responsável pela transferência dos esforços atuantes no piso e que são transferidos para o solo. A escolha da sub-base deve estar de acordo com o tipo de subleito, por isso, é tão relevante no caso de execução em subsolo.

O tipo, espessura e a escolha de adições cimentícias ou não à sub-base devem ser avaliadas previamente, durante o planejamento, para que não haja uma degradação precoce do material.

Execução do piso de subsolo de edifícios

Após concluída a fase de planejamento, o processo de execução é bastante objetivo — claro, se o levantamento prévio for feito de forma adequada. As etapas são:

  • colocação das barras de transferência para as juntas construtivas e juntas serradas;
  • colocação dos espaçadores treliçados para o suporte das telas soldadas superiores (quando o piso é armado com tela soldada);
  • verificação da dosagem de fibras de aço na central de concreto (quando o piso é reforçado com fibras metálicas);
  • colocação dos reforços de quinas e cantos de pilares e outras aberturas no piso;
  • lançamento, adensamento, compactação e nivelamento do concreto;
  • aspersão de agregados minerais (quando previsto em projeto);
  • acabamento previsto em projeto (liso desempenado ou camurçado); corte das juntas serradas;
  • cura do concreto e tratamento das juntas.

Nessa fase, Fioravanti aponta, a garantia do sucesso está na proximidade do engenheiro ao acompanhar a obra e, como já foi mencionado, sua dedicação com os detalhes.

Além disso, o uso de materiais de qualidade também é fundamental para o sucesso de uma construção.

Os pisos de subsolo de edifícios são mais um exemplo do que traz sucesso e consolidação de mercado para um engenheiro civil e empresas de engenharia: adequação, adaptação, experiência e firmeza na hora de exigir o melhor de cada processo.

É isso que você procura, novas técnicas, materiais e modelos para competir na ponta do setor? Então continue sua busca sabendo o que esperar do mercado ainda em 2018!

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