Que tal contar com um sistema de construção capaz de reduzir os custos e os desperdícios em seu projeto? Entenda como a alvenaria estrutural pode ajudar!
A produtividade na construção civil se associa a uma série de fatores, concorda? O sistema de construção exemplifica isso muito bem, visto que pode ser mais ou menos adequado para determinados empreendimentos. Nesse contexto, a alvenaria estrutural desponta com uma solução a ser considerada.
Preparamos este texto com o objetivo de trazer informações relevantes sobre o assunto. Durante a leitura, você encontrará as vantagens e desvantagens dessa alternativa, assim como as suas principais características. Acompanhe!
Em que consiste a alvenaria estrutural?
Para produzir este conteúdo com a perícia necessária, entrevistamos o engenheiro Roberto Coelho, da Racional Sistemas Construtivos. Sua experiência ultrapassa duas décadas e mais de oitocentos mil metros quadrados construídos.
Em poucas palavras, a alvenaria estrutural ou autoportante é um método que cumpre o papel de estruturar os projetos, isto é, cabe a ela a missão de conferir estabilidade à edificação. Não por acaso, os adeptos desse sistema racionalizado costumam dizer que ele reúne duas funções importantes: a estruturação e a vedação. Tudo isso se dá pelo uso de medidas padrões de elementos construtivos, como blocos de cerâmica ou de concreto.
Ao passo que a construção chamada de convencional recorre ao fechamento com vigas, madeiras e concreto armado a fim de separar ambientes e fachadas, esse tipo de alvenaria prioriza o planejamento voltado ao encaixe alternado dos materiais. Nela, todos os sistemas — elétricos e hidrossanitários — são instalados de forma simultânea.
De acordo com o especialista, o modelo ficou popular no Brasil porque proporciona praticidade de execução, além de possibilitar que o trabalho ocorra em um canteiro de obras limpo e organizado. Ele também destaca o custo, que é baixo quando comparado aos sistemas convencionais, além da facilidade de execução em qualquer área. Outro aspecto positivo é o fato de o método reduzir a necessidade de mão de obra.
Quais são as vantagens da alvenaria estrutural?
Mais do que oferecer uma receita básica (blocos cerâmicos ou de concreto, graute, armaduras e argamassa de assentamento), que depende de um excelente planejamento para atingir os resultados esperados, a alvenaria estrutural ganhou espaço por combinar algumas vantagens interessantes.
Embora a aplicação recorrente seja em edifícios cujas alturas vão até vinte pavimentos, sem a demanda de vencer grandes vãos, ele é usado quando se deseja construir com custos menores e evitando desperdícios.
Um benefício que chama atenção é o maior rendimento da mão de obra ao executar a alvenaria. Na prática, os profissionais responsáveis fazem uma quantidade de área quadrada por dia maior do que a média registrada em sistemas tradicionais.
O risco de erros nas medidas também tendem a diminuir, pois a obra toda é modulada em conformidade com o tamanho dos blocos que serão empregados. Aparentemente simples, equívocos como esse podem gerar uma ampla carga de retrabalho, causando gastos que não estavam previstos e exigindo recursos variados — financeiros, materiais e de tempo.
Ainda nesse sentido, em construções convencionais, as tubulações elétricas e hidráulicas são instaladas depois que a alvenaria já foi executada. Dessa forma, as paredes precisam ser quebradas para embuti-las. Como se trata de um processo não otimizado, a quantidade de entulhos e o desperdício de materiais são maiores, algo que não acontece na alvenaria estrutural.
E as desvantagens?
Embora não sejam desvantagens propriamente ditas, existem algumas particularidades desse sistema que requerem bastante atenção de quem pretende aplicá-lo em projetos variados. Em suma, o planejamento cuidadoso e o respeito às normas técnicas em vigor são os principais pontos a serem observados.
Para algumas pessoas, a alvenaria estrutural traz consigo algumas restrições do ponto de vista do design e da arquitetura em geral. Afinal, como os blocos estruturais apresentam formas e tamanhos predeterminados, isso pode causar limitações criativas.
Quando surge o desejo de fazer uma reforma e/ou quebrar uma parede, por exemplo, é preciso ter bastante cuidado para não prejudicar a estrutura como um todo — nada que não possa ser resolvido a partir da avaliação criteriosa de um engenheiro.
Roberto ressalta a necessidade de adequação da geometria dos cômodos às dimensões básicas do bloco estrutural a ser empregado. Segundo ele, isso é uma forma de “racionalizar o processo e evitar o emprego de blocos complementares (compensadores), o que também é válido para a altura de cada pavimento (pé-direito)”.
O que mais é preciso saber a respeito da alvenaria estrutural?
Ao contrário do que se pode pensar, é possível associar uma parte da edificação em estruturas reticuladas e outra parte em alvenaria estrutural. Segundo Roberto, isso é especialmente válido quando existe uma parte inferior da construção pensada para uso comercial, para ser uma garagem ou para ser destinada ao lazer.
Ainda assim, a prática deve ser evitada, porque encarece a obra, obrigando que a estrutura mais pesada — a que suportará as paredes estruturais — fique acima das fundações, em níveis altos, exigindo maior altura do pavimento de transição.
O engenheiro também recomenda que o usuário de uma edificação concebida por meio desse sistema não faça nenhuma intervenção nas paredes estruturais sem que haja uma consulta prévia ao autor do projeto estrutural. Isso é imprescindível para evitar patologias ou até mesmo o colapso de parte da estrutura.
No mais, as terminologias e características técnicas do sistema são definidos nas respectivas normas técnicas, que são:
- NBR 15.961/2011: Alvenaria Estrutural — Blocos de Concreto;
- NBR 15.270-2/2005: Blocos Cerâmicos Para Alvenaria Estrutural.
“As normas de parede estrutural estão em processo de unificação, o que facilitará o emprego e maior disseminação das boas práticas de projeto, dimensionamento e produção de paredes estruturais”, explica Roberto.
Portanto, a alvenaria estrutural se constitui como um sistema de construção racional, que se vale de um planejamento bem detalhado para reduzir os custos de um projeto, tornando-o organizado e limpo sob a perspectiva da sustentabilidade. Trata-se de uma excelente alternativa para diversos tipos de edificação.
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