Você sabe o que é rotação de cultura? Ter produtividade e um cultivo de qualidade é um objetivo comum a todos os produtores rurais. Por isso, desenvolver estratégias para alcançar a excelência na produção é fundamental para obter excelentes resultados.
Nesse sentido, a rotação de cultura é uma técnica muito importante e que contribui para preservar o solo e evitar diversas complicações — trata-se de um procedimento técnico que deve ocorrer de forma ordenada e que proporciona vantagens consideradas indispensáveis.
Se você deseja saber tudo sobre esse importante assunto e melhorar a produção na sua propriedade, vamos ajudar! Continue a leitura deste post e entenda o que é rotação de cultura, como ela funciona e os principais benefícios dessa estratégia!
Afinal, o que é a rotação de cultura em uma propriedade?
A rotação de cultura é uma prática agrícola que se baseia em alternar diferentes cultivares vegetais em uma mesma área, conforme um plano definido previamente. Sendo assim, o profissional divide o terreno em áreas e realiza o plantio das culturas.
Após um determinado período, o terreno é preparado e o plantio acontece de forma alternada — ou seja, em vez de plantar a mesma cultura, são semeadas outras espécies no solo, promovendo a rotatividade de espécies no mesmo terreno.
Dessa forma, a técnica tem o objetivo de promover a conservação do solo, evitando a exaustão de recursos naturais. Além de proporcionar uma série de benefícios aos produtores rurais, como o aumento de produtividade das plantas e a redução dos custos com a recuperação do solo.
Por que fazer a rotação de cultura é importante?
A prática da monocultura prejudica o solo e causa o seu empobrecimento. Afinal, cada planta tem uma exigência nutricional e absorve continuamente os mesmos nutrientes do substrato — por isso, adotar práticas de rotação é importante para preservar as propriedades nutritivas do solo.
Além disso, a monocultura é uma tática que interrompe a reciclagem natural dos compostos, comprometendo a produtividade dos cultivares e, assim, torna necessária a aplicação de fertilizantes e adubos — que acabam encarecendo a produção e afetando a qualidade.
Além disso, a diminuição da diversidade vegetal de uma área leva à diminuição, também, de animais do entorno. Esse desequilíbrio ambiental faz com que algumas espécies tenham vantagens em se propagar, pois não encontram mais competidores, nem os predadores que fazem naturalmente o seu controle.
Com isso, há uma proliferação de ervas daninhas e de insetos, que encontraram uma grande oferta de alimentos na monocultura — é isso, afinal, que os tornam pragas. Ademais, a degradação química, física e biológica do solo e do ecossistema promove a disseminação de doenças nas plantações.
Esse cenário não é muito animador, não é mesmo? A rotação de culturas entra na jogada para prevenir a estagnação da reciclagem de nutrientes e manter o balanço das comunidades vegetais e animais da área em que o sistema está inserido, transformando a atividade agrícola em algo sustentável.
Como funciona a rotação de culturas na prática?
Muitos produtores confundem a rotação com a sucessão de culturas. Entretanto, trata-se de sistemas diferentes. A sucessão se refere ao plantio repetitivo de duas ou mais espécies em sequência, na mesma área, em estação estival diferente dentro de um mesmo ano agrícola.
Plantar soja na safra e milho na safrinha é um exemplo de sucessão e, tal como a monocultura, desgasta o solo. A rotação de culturas segue um planejamento profissional, considerando as espécies vegetais, que se alternam na mesma área e na mesma estação estival.
O produtor também deve considerar a família botânica de cada planta. Por exemplo, o plantio de leguminosas, como a crotalária, e de forrageiras, como a braquiária, são opções eficazes que preservam a biodiversidade do solo e revertem o atraso na produtividade das culturas.
Dessa forma, para garantir a eficiência do sistema, é preciso seguir alguns princípios como:
- fazer a alternância com espécies de plantas que tenham exigências nutricionais diferentes e que não sejam suscetíveis às mesmas pragas e doenças;
- alternar entre espécies que tenham sistemas radiculares distintos, no que diz respeito à sua estrutura, distribuição, profundidade e modo de exploração do solo;
- usar ao menos uma espécie de cultura que tenha alta capacidade de produzir resíduos vegetais, que são grandes quantidades de biomassa e protegem o solo.
Quais os benefícios da rotação de cultura para o produtor?
Muito bem, chegando até aqui você deve estar curioso sobre os benefícios da prática de rotação de culturas, não é mesmo? O fato de investir em técnicas inteligentes tem o potencial de proporcionar diversas vantagens para a propriedade.
Inclusive, é a oportunidade de cuidar melhor de um recurso indispensável para a sobrevivência das suas plantações, que é o solo. Portanto, considerar a rotação vai ajudar muito a ter produtos de qualidade, nutritivos e, consequentemente, melhorar os resultados e as vendas.
Agora que você já entendeu o que é rotação de cultura, veja nos próximos tópicos os benefícios que ela oferece!
Melhora a estruturação e promove a descompactação do solo
O plantio de espécies com sistemas radiculares, exigências nutricionais e ciclos diferentes melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo. Sobretudo, sem que o produtor necessite investir em maquinário e adubação ostensiva, e ter gastos desnecessários.
O plantio de leguminosas, por exemplo, repõe e fixa o nitrogênio no substrato. A arquitetura diferenciada das raízes das plantas proporciona uma melhor aeração do solo e, também, a melhor infiltração de água no substrato — criando condições perfeitas para o desenvolvimento de outras espécies.
Auxilia o controle e reduz a ocorrência de ervas daninhas, pragas e doenças
Com a alternância de cultivares há a quebra do ciclo de patógenos e a manutenção da diversidade da fauna e flora locais. Isso diminui a ocorrência de pragas e a fixação de doenças na área, que tem o potencial de afetar a plantação e causar perdas significativas.
Sendo assim, a rotação de cultura é uma estratégia para contornar esse problema e ter um terreno saudável, livre de ameaças. O que vai ajudar a preservar o seu investimento e a ter colheitas de qualidade, saudáveis e perfeitas para oferecer aos clientes.
Repõe a matéria orgânica do solo
O plantio de espécies, como leguminosas, gramíneas e forrageiras, promove a chamada adubação verde. As plantas desses grupos produzem grande quantidade de biomassa, repondo a matéria orgânica do solo, enriquecendo-o e protegendo-o de intempéries.
Nesse sentido, essa é uma forma de proteger o solo e contribuir para que ele permaneça nutritivo. Assim, quando for o momento de plantar outras espécies, elas vão encontrar boas condições para crescer rapidamente, com maior força e resistência.
Protege o solo contra a ação de agentes climáticos
A cobertura do solo com espécies diferentes da sua produção de matéria orgânica protege o solo contra a radiação solar e mantém a temperatura e a umidade ideais para o plantio. Isso aumenta a estabilidade do sistema e, consequentemente, da produção.
Viabiliza o Sistema de Plantio Direto
Com o solo protegido e rico em matéria orgânica, o produtor consegue efetivar o Sistema de Plantio Direto — estratégia que eleva consideravelmente a produtividade agrícola, por preservar a estrutura do solo e reduzir o seu desgaste ao longo do tempo.
Equilibra a fertilidade do solo e aumenta a produtividade das culturas
A diversificação de espécies equilibra a fertilidade do solo, uma vez que cada cultivo tem uma exigência nutricional diferente e promove a ciclagem de compostos. Um solo mais fértil e com melhor estruturação proporciona uma absorção de nutrientes mais eficiente pelas raízes, o que maximiza o desempenho das culturas.
Diminui a dependência das oscilações do mercado
Ao escolher a espécie para rotacionar, o produtor pode optar por cultivares que se destinam à cobertura do solo e à adubação verde. Entretanto, também é possível optar por cultivares que tenham exploração comercial e ofereçam outra possibilidade de renda.
Nesse contexto, diversificando a sua produção, o produtor não fica mais à mercê das oscilações do mercado e consegue manter a sua renda mais estável. Inclusive, com produções que suportam bem as estações do ano e variações climáticas comuns no Brasil.
Não podemos deixar de mencionar que o método promove uma economia no manejo do solo, pois otimiza a mão de obra, reduz a necessidade de maquinário e, claro, de gastos com recuperação do solo e controle de pragas.
Quais os impactos de não fazer a rotação de cultura?
Quando o produtor não aplica as técnicas de rotação do solo, o terreno tende a perder suas propriedades nutritivas ao longo do tempo. Com isso, as espécies vão ter maiores dificuldades para se desenvolver e oferecer bons frutos, comprometendo a produção.
Por esse motivo, são causados diversos impactos na propriedade e no orçamento, por exemplo:
- aumento de gastos com adubos e fertilizantes;
- desenvolvimento de plantas daninhas;
- enfraquecimento, doenças do solo e pragas;
- perda significativa dos nutrientes do solo;
- dificuldade para cultivar outras espécies.
Portanto, investir em boas práticas de rotação de cultura é uma das melhores formas de cuidar do seu terreno e ter bons resultados. Com um solo nutritivo e de qualidade, você terá boas oportunidades para lucrar e oferecer produtos perfeitos ao seus clientes.
Como você pôde notar, saber o que é rotação de cultura e aplicar essa técnica traz inúmeros benefícios para o produtor, pois mantém a saúde do solo. A estratégia preserva a biodiversidade local, tornando a atividade agrícola mais produtiva, sustentável e lucrativa.
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