Pecuarista alimentando gado
Belgo Arames
Publicado por: Belgo Arames
Rentabilidade no confinamento: quais são as principais ameaças ao pecuarista?

Não restam dúvidas de que a pecuária evoluiu bastante nos últimos anos — e os avanços tecnológicos contribuíram muito nesse sentido. No entanto, a questão da rentabilidade no confinamento ainda gera dúvidas para vários produtores. Afinal, o que fazer para mantê-la? Quais ameaças devem ser superadas?

Como se trata de um tema de enorme relevância para o setor, selecionamos as melhores dicas para você. Elas o ajudarão a diminuir os custos e otimizar a sua produção. Acompanhe!

Quais são as diferenças entre pecuária comum e pecuária de confinamento?

O confinamento é uma estratégia contida na operação pecuária, isto é, ela faz parte do sistema como um todo. Em outros termos, trata-se de uma atividade que proporciona um controle de produção detalhado quando comparado à atividade de pastagem, feita no campo.

Como o animal é fechado em um ambiente restrito, com a dieta definida e prazos de entrada e de saída, temos um sistema mais controlado do que a pastagem. Por outro lado, ele tem uma tendência a apresentar um custo mais caro em relação à arroba que é produzida na combinação entre confinamento e pasto, desde que seja manejado corretamente.

Ainda assim, é oportuno frisar que pasto e confinamento podem ser complementares na pecuária, tendo em vista que uma etapa potencializa os resultados da outra. Isso pode ser notado no período de entressafra, quando ocorrem as quedas naturais da produção. Portanto, deve-se manter a lotação e a capacidade de ganho — o confinamento é uma das principais ferramentas para que isso aconteça.

O custo compensa a rentabilidade no confinamento?

O custo só compensa quando o confinamento é submetido a algumas regras. São quatro variáveis que interferem de maneira decisiva no lucro de uma atividade pecuária.

A primeira e mais importante é o ganho médio diário dos animais, ou seja, quanto eles ganham de peso por dia. Normalmente, 46g de ganho representa o potencial de aumentar R$100/hectare no lucro. Nesse sentido, o confinamento tende a oferecer números superiores, que impactam os resultados.

A segunda é a lotação, que é a capacidade de apascentar o gado. Nesse ponto, a grande vantagem do confinamento é interferir no ganho de peso durante a fase com pouca oferta de capim. Desse modo, há como ter uma lotação mais alta no período das águas, porque na seca e/ou no frio ele será mantido no confinamento.

A terceira variável é o gasto por cabeça no mês. Ele envolve tudo o que é gasto com nutrição, sanidade, reprodução, pastagem, administração, estrutura, mão de obra e assim por diante. A rentabilidade no confinamento vale a pena quando os aumentos na lotação e no ganho são inferiores àquilo que é aplicado no desembolso por cabeça no mês. Imagine que a lotação aumentou em 10% e o ganho de peso, em 15%. Em contrapartida, a despesa cresceu 30%. Nesse caso, a operação deixou de ser rentável.

O quarto elemento é o valor de venda: em comparação com os outros, esse é o fator que menos interfere no lucro final. Para se ter ideia, a arroba precisaria ser vendida por R$17 a mais para conseguir o mesmo aumento de R$100/hectare obtido com 46g de ganho diário.

Um confinamento viável ocorre quando a arroba é produzida com uma margem. Via de regra, considera-se a margem das arrobas produzidas no confinamento quando se supera 1 kg de carcaça líquida. Atingir essa eficiência operacional é muito importante porque se trata de uma atividade curta, que exige um nível elevado de investimento e é altamente tecnológica. Por conta disso, é imprescindível ter atenção à adaptação dos animais, ao cercamento, à água e a uma série de aspectos.

Como diminuir os custos e manter a rentabilidade no confinamento?

Para ser verdadeiramente rentável, o confinamento deve ser planejado — prática que é indispensável para reduzir os custos. Quando a estratégia se mostra necessária e a preparação adequada não foi feita, é bem provável que várias dificuldades apareçam no meio do caminho.

O planejamento se divide em três níveis: estratégico, tático e operacional. O primeiro deles lida com o longo prazo e cria uma previsibilidade para um período de quatro anos. O segundo, por sua vez, engloba o intervalo de um ano e o último é voltado ao dia a dia da propriedade.

A dica para diminuir os gastos pode ser resumida em uma palavra: antecipação. Com antecipação é possível fazer bons negócios e conquistar os melhores contratos.

Ele ainda destaca a necessidade de contar com a excelência operacional de uma equipe treinada para executar as atividades. Analisar e acompanhar indicadores de processos e de resultados também é preciso, porque eles mostram o que está errado e pode ser melhorado para gerar lucro.

Quais são as principais ameaças enfrentadas pela pecuária de confinamento?

O confinamento serve para potencializar o sistema de produção e não para resolver o problema da falta de pastagem. O gestor da produção deve ter todos os números nas mãos, a fim de compreender a fundo suas estratégias.

Existem dois grupos de ameaças: as mercadológicas e as operacionais. O primeiro contempla as eventuais mudanças na conjuntura econômica, que podem gerar flutuações nos preços — travas de bolsa e oportunidade de seguro são boas alternativas nesse cenário. As ameaças operacionais envolvem a nutrição e saúde dos animais. Caso elas sejam afetadas, é preciso agir com o mais agilmente possível.

Em virtude desses riscos, vale ressaltar que a rentabilidade no confinamento é “um reflexo do dono”. O líder precisa ser participativo, além de reunir uma equipe qualificada para alcançar o sucesso produtivo e ter o lucro esperado.

Se você gostou do conteúdo, entre em contato conosco — nós podemos contribuir com a sua produtividade!

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