As pragas da pastagem são um dos grandes desafios enfrentados por quem trabalha no segmento agropecuário. Afinal, sem um controle adequado e um trabalho de prevenção, a produtividade da criação pode ser bastante prejudicada — e nenhum produtor quer passar por isso, concorda?
Considerando a relevância do tema, preparamos este texto, no qual explicaremos quais são as consequências negativas geradas por uma praga e o que pode ser feito no sentido de minimizar esses efeitos.
Quer saber mais? Continue a leitura!
Quais são os impactos causados pelas pragas da pastagem?
Existem 500 espécies de insetos, aproximadamente, vivendo nas pastagens. Contudo, não é preciso se preocupar com esse número expressivo — poucas são as que provocam danos econômicos realmente significativos.
Apesar disso, as que causam problemas são perigosas e é fundamental controlá-las e recorrer a práticas agrícolas e fitossanitárias capazes de prevenir ou minimizar as perdas.
Pragas podem ser ervas daninhas, patógenos ou insetos. Nos próximos tópicos do artigo, mostraremos quais delas são as mais preocupantes e quais atitudes tomar para combatê-las adequadamente.
Antes de tudo, é preciso entender que o ataque de pragas pode ser nocivo em diversos momentos do desenvolvimento de plantas forrageiras. Na fase inicial, por exemplo, elas podem causar um atraso muito preocupante na implantação de uma nova área de pastagem — o que é péssimo tanto para a produção leiteira quanto para a produção de corte.
Sendo assim, caso você precise de uma determinada área com urgência para um sistema de criação específico, elas podem atrasar o planejamento por completo. Se você pretende dar início a um confinamento no fim do período de chuvas, por exemplo, certifique-se de que o pastejo ocorreu normalmente e não teve a interferência indesejada de alguma praga, pois isso pode comprometer a eficiência do rebanho a ser confinado.
É importante ressaltar que o sucesso inicial do pasto influencia de maneira direta em sua produtividade e persistência. Por isso, em muitas situações, recomenda-se a utilização de produtos e tratamentos nas sementes, de modo que o período inicial de evolução não seja prejudicado.
Quais são as principais pragas da pastagem?
As pragas são divididas em grupos, de acordo com o local da vegetação onde concentram seus ataques, que podem ser:
- nas raízes;
- nas folhas;
- nos perfilhos.
Listamos, logo abaixo, algumas das principais ameaças para os pastos de sua propriedade. Continue lendo para saber mais!
Cigarrinha
Em entrevista ao canal Giro do Boi, Roni de Azevedo, que é engenheiro agrônomo, mestre e doutor em entomologia e fitossanidade, classificou a cigarrinha como a principal praga de pastagem.
Segundo o especialista, ela é capaz de sugar a seiva da planta da fase jovem até a fase adulta, o que ajuda a explicar a preocupação que ela gera nos produtores. Isso faz com que os nutrientes sejam roubados do capim, em vez de serem utilizados no processo de fotossíntese e no crescimento das folhas. Como se não bastasse, a cigarrinha também injeta toxinas na planta, prejudicando ainda mais seu crescimento.
De acordo com Azevedo, a temperatura é um dos fatores que mais ajudam a compreender o aumento no nível populacional dos insetos em pastagens. Em regiões mais quentes, o calor propicia a aceleração do ciclo de vida do inseto: ele fica adulto rapidamente, gerando ainda mais dano à forragem.
Percevejo
Existem três espécies de percevejos castanhos que são ameaças para o produtor. É preciso considerar que, durante a fase jovem a e fase adulta, eles vivem abaixo do solo, o que pode ser considerado como um problema, já que o seu monitoramento deve seguir uma lógica diferente do das outras pragas.
Vale mencionar, também, que os percevejos têm ciclo de vida de cerca de 300 dias e que eles se alimentam ao sugar a seiva das raízes.
Para combater sua infestação, é preciso cavar com frequência para monitorar. O melhor momento para fazer isso é o início das chuvas — regra que também se aplica às outras pragas.
Lagarta
As lagartas são pragas ocasionais e suas infestações não duram o ano todo. Ainda assim, é preciso ter bastante atenção a elas, que geralmente aparecem no começo da estação chuvosa e são conhecidas por atacar a folha e não a seiva.
Pelo menos, o processo de identificação dessa praga é mais simples: basta olhar o pasto com frequência e, nos primeiros sinais de infestação, usar produtos biológicos de baixa toxicidade.
Como se prevenir e controlar as pragas?
Agora que você já sabe os prejuízos causados e as características das pragas mais perigosas, é hora de entender como trabalhar no controle e na prevenção dessas ameaças.
Diversifique o pasto
A diversificação das pastagens com espécies nativas e/ou resistentes pode reduzir a população da praga de maneira acentuada. Dessa forma, o rebanho pode ficar nas áreas de diversificação durante o período de maior incidência da infestação.
Controle a altura do capim
Manter o capim com uma altura entre 25 e 40 cm pode ajudar bastante no combate às cigarrinhas. Portanto, tente deixar a vegetação nessa altura sempre que possível e observe os resultados.
Use a adubação como aliada
Em geral, pode-se dizer que as pastagens adubadas são mais resistentes aos ataques de cigarrinhas e outras pragas. Para que esse efeito seja eficaz, faça análises do solo e análises foliares frequentemente.
Aposte no controle químico e/ou biológico
Inseticidas químicos ou residuais tendem a ser bons aliados nesse tipo de controle. Pesquise os produtos disponíveis no mercado, planeje-se para o custo, consulte as quantidades e os métodos de aplicação mais adequados e vá a uma loja de produtos agrícolas.
Lembre-se de que a utilização de inseticidas em grandes áreas não é uma prática recomendada por especialistas. Os defensivos são especialmente úteis para lidar com focos de infestação elevada. O controle biológico, por sua vez, pode ser feito com fungos, deixando o sistema em equilíbrio. Em ataques mais severos, vale a pena associar as duas medidas (biológica e química).
Como você viu, as pragas da pastagem podem representar sérios prejuízos para a sua atividade. Por isso, monitore os pastos de sua propriedade constantemente e se prepare para lidar com as ameaças mais recorrentes.
Por fim, se você gostou do texto, aproveite para compartilhá-lo em suas redes sociais e não se esqueça de marcar seus colegas que trabalham no segmento!