onça preparada para ataque
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Publicado por: Belgo Arames
4 formas de evitar ataque de onça ao rebanho

A onça-pintada é o maior e mais forte felino da América Latina e Central. É um predador muito ágil e habilidoso: sabe nadar e subir em árvores e tem caninos que podem chegar a 5 centímetros de comprimento. No Brasil, ela marca presença em praticamente todas as regiões, embora sua distribuição geográfica original tenha sido reduzida pela metade. Apesar de o gado não ser uma prioridade de cardápio do felino, o ataque de onça ao rebanho traz prejuízos e grande preocupação para os pecuaristas.

Neste artigo, vamos considerar os principais danos causados por essas ocorrências, bem como as práticas recomendadas por especialistas que ajudam a evitar ataques nas fazendas. Para elaborar o conteúdo, conversamos com Guilherme Vianna, Gerente de negócios Belgo Agro na Belgo Arames. Continue a leitura e saiba mais!

Regiões em que é mais comum ter ataques de onças

Quando se fala em ataques de onças-pintadas, Guilherme nos conta que o Pantanal é a principal referência, pois é a região onde a população do felino é mais abundante. No entanto, os ataques não ocorrem de forma uniforme em toda a região.

Os principais trechos estão localizados ao longo do rio Paraguai, às margens do Pantanal do Nabileque, Rio Negro, Miranda e Abobral, nas regiões sul do Pantanal de Cáceres e Poconé. Em outros locais, os ataques são raros ou até inexistentes. Também há relatos de ataques a bezerros de leite em áreas de produção de leite do Brasil, como no sul de Minas, São Paulo e Santa Catarina.

Além disso, segundo dados do Programa Amigos da Onça — projeto que visa a preservação desses felinos na Caatinga e um dos braços do Instituto Pró-carnívoros —, há cerca de 40 onças-pintadas e 180 onças-pardas em uma região no norte baiano conhecido como Boqueirão da Onça.

Ali, os ataques ocorrem porque, em épocas de seca, os pecuaristas não conseguem prover alimento e água de forma adequada para o gado, deixando os animais soltos para encontrar alimento. Dessa forma, o encontro com o predador é quase inevitável, especialmente à noite, explica Guilherme.

A densidade populacional das onças-pintadas e pardas varia bastante, tanto dentro do Pantanal quanto no restante do Brasil. Elas são encontradas em densidades maiores dentro das florestas, mas esses indivíduos não representam riscos às fazendas. Existem regiões, por exemplo, que chegam a ter uma densidade populacional cinco vezes maior do que algumas áreas do Pantanal.

Principais motivos dos ataques

Raramente a onça ataca sem motivo e, geralmente, o ataque ao rebanho (e ao homem) está relacionado a situações de confusão quando o animal se sente acuado em uma caçada, por exemplo, ou quando está defendendo uma presa abatida recentemente. Esses são os principais motivos de ataques mais graves ocorridos no país.

Guilherme ressalta, também, que a oferta de alimentos para a onça no entorno da fazenda e dentro da propriedade é um atrativo para o predador. Nos limites da fazenda, há produtos que atraem animais que são presas da onça, como o queixada e a anta, além do próprio bezerro.

O predador sempre vai preferir áreas de mata fechada para capturar suas presas em vez de apostar em pastagens ou áreas abertas. Assim, se houver fartura nas matas, dificilmente elas farão ataques ao rebanho. Por outro lado, a escassez em ambientes naturais motiva o animal a procurar meios de sobrevivência nas fazendas.

Por exemplo, um estudo bem interessante intitulado “A survey and estimate of jaguar populations in some areas of Mato Grosso” usado no Manual sobre os problemas de predação causados por onças-pintadas e onças-pardas em fazendas de gado relatou um caso de aumento de predação em 1/3 (um volume de 400 bezerros/ano) imediatamente após proprietários da fazenda empreenderem uma grande caça de jacarés para a extração de couro para comercialização.

É preciso aprender a conviver com o predador

O mais comum é a onça atacar suas presas naturais, como capivaras, caititu e jacarés. Quando ocorrem ataques à criação, é necessário buscar ações para minimizar o conflito do homem com a onça. Esse conflito, muitas vezes, resulta na morte da onça.

Desde 1967, no entanto, matar animais silvestres no Brasil é crime. E quando se trata de espécies ameaçadas de extinção, como no caso da onça-pintada, as sanções são ainda mais pesadas. Assim, é preciso implementar um conjunto de ações para minimizar o risco de a onça pegar os animais de produção.

“Essa convivência produtor-onça é necessária e inteiramente possível, e o homem precisa buscar maneiras de se adaptar”, afirma o especialista. Por exemplo, na região pantaneira, a atividade pecuária se adapta a diversas situações adversas, como as cheias — um evento natural. Da mesma forma, a presença de onças também deve ser considerada como um fato natural, e é preciso buscar soluções.

Os prejuízos que esse animal pode causar

O principal dano ao produtor é a morte de animais de produção, normalmente os mais jovens, como bezerros, pois são presas mais fáceis. Também há casos de ataques a cavalos, mas são raros. Os cachorros também podem ser atacados. Guilherme comenta, ainda, que um fato interessante é que, se ela aprende a matar cães, a onça pode chegar a comer todos os cães da região.

4 formas de evitar ataque de onça ao rebanho

As ações de prevenção do ataque na maior parte se dão em duas vertentes. Primeiro, evitar que o animal adentre à fazenda para efetuar os ataques e segundo, promover uma maior disponibilidade de presas naturais na região. Vejamos como fazer isso.

1. Instale cercas eletrificadas

A cerca elétrica protege a fazenda contra a invasão do predador. Quando a onça vai atacar, ela caminha abaixada e toma o choque, afastando-se de onde o rebanho está dormindo. Geralmente, a onça tem hábito noturno, então, esse é o momento principal que se tenta proteger os animais do rebanho.

2. Promova o aumento de presas silvestres para a onça

Se não houver alimento na mata para a onça, ela vai procurar na propriedade. Então, é preciso garantir a abundância as presas naturais. Isso é feito respeitando a fauna nativa e preservando seu habitat. Além disso, a construção de reservatórios de água dentro da mata também contribui para a concentração de animais silvestres na mata.

3. Insira búfalos no manejo rotacionado

Os búfalos são animais mais rústicos, resistentes e fortes, explica Guilherme, que se adaptam a locais de difícil acesso, como próximo a rios e matas ciliares, onde a onça gosta de caçar. Além disso, o comportamento desses animais frente ao ataque de onças é diferente da reação de bois e vacas. Ao sofrer um ataque, o gado costuma correr e deixar o bezerro. Já entre os búfalos, as fêmeas fazem um círculo em volta dos mais jovens enquanto o macho enfrenta o predador diretamente.

4. Aprimore o manejo do gado

Algumas decisões de manejo podem fazer muita diferença nas ocorrências de ataque de onça ao rebanho:

  • insira animais mais erados, ou adultos, já que os mais jovens são os principais alvos dos ataques;
  • não permita que o gado fique fraco, pois se tornam mais vulneráveis a ataques;
  • nunca deixe as vacas amojarem em invernadas próximas a matas, pois são presas fáceis para as onças;
  • concentre os nascimentos em determinada época para facilitar o trabalho dos peões no cuidado com os bezerros;
  • modifique a cria por recria em locais de grande quantidade de ataques;
  • enterre as carcaças de animais rapidamente, pois o cheiro atrai predadores.

A convivência do pecuarista com o predador é inteiramente possível quando observados os devidos limites. Ao adotar as melhores práticas de manejo, o produtor consegue evitar o ataque de onça ao rebanho e reduzir ou mesmo impedir perdas em sua fazenda.

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