homem com adubo nas mãos
Belgo Arames
Publicado por: Belgo Arames
Confira as melhores práticas para a adubação orgânica!

Todo produtor que lida com a terra sabe que é do solo que as plantas retiram todos os nutrientes de que precisam para se desenvolverem, florescerem e frutificarem plenamente. Contudo, com uso contínuo do solo, sua a fertilidade cai, e para que a produtividade seja retomada, é essencial recorrer à aplicação de adubos.

Cada vezmais produtores têm investido em adubação orgânica, pois ela garante uma ação mais prolongada que a de fertilizantes químicos, além de promover a recuperação do solo como um todo. Hoje são comercializados adubos orgânicos de alta performance, que aceleram o processo de decomposição da matéria orgânica, disponibilizando rapidamente os nutrientes para as plantas.

Mas o que é exatamente a adubação orgânica? Que benefícios ela oferece? Quais são as melhores práticas? No artigo de hoje, esclareceremos essas e outras dúvidas pertinentes ao tema. Confira!

O que é a adubação orgânica?

Todos os nutrientes que as plantas utilizam em seu metabolismo retornam à terra quando elas morrem e se decompõem sobre o substrato. Porém, esse processo natural é interrompido pelas práticas agrícolas de plantação e colheita que, com o tempo, empobrecem o solo. Esse processo leva a uma deficiência ou a carência de certos nutrientes, que compromete o desenvolvimento das plantas em todas as fases do seu ciclo. 

Nesse cenário, a adubação orgânica surge como uma alternativa. Ela consiste em aplicar no solo a matéria orgânica de origem vegetal ou animal, como esterco, cascas, bagaços, farinhas e ossos que estão decompostos ou ainda em decomposição. Esses elementos contêm os macro e micronutrientes que as plantas precisam para se desenvolverem adequadamente, possibilitando uma produção maior e melhor.

Alguns compostos têm função estrutural — os macronutrientes — e são utilizados em maior quantidade pelos vegetais. Esse é o caso do nitrogênio, do fósforo e do potássio (NPK). Além desses, o cálcio (Ca), o magnésio (Mg) e o enxofre (S) também são macronutrientes e têm participação primordial na formação das raízes, na estrutura da planta em si, na constituição da clorofila e no brotamento.

Os micronutrientes são necessários em menor quantidade que os macro, porém, são tão importantes quanto eles. Isso porque na sua ausência as plantas apresentam más-formações diversas e alterações profundas na produção de flores, frutos e sementes. Entre eles estão o cobre (Cu), o ferro (Fe), o boro (B), o manganês (Mn), o zinco (Zn), o cloro (Cl) e o molibdênio (Mo).

Por que optar por essa alternativa?

A aplicação de fertilizantes químicos sempre foi muito comum entre os produtores, pois ela permite fazer uma dosagem exata dos nutrientes necessários e tem absorção rápida pelas plantas. Contudo, em longo prazo, ela pode prejudicar as culturas, tendo em vista que não contribui em nada para a recuperação do solo, empobrecendo-o ao passar do tempo.

A adubação orgânica, por sua vez, apresenta resultados de forma um pouco mais lenta, porém, muito mais duradoura e saudável no substrato. Isso porque a matéria orgânica e os microrganismos que atuam sobre ela favorecem a melhora da textura do solo, elevando a sua aeração e capacidade de retenção de água.

Isso tudo faz com que as raízes consigam penetrar com mais facilidade e profundidade no solo, além de proporcionar excelentes condições para o crescimento da microbiota — bactérias, minhocas, insetos e fungos benéficos que auxiliam as plantas a absorverem os nutrientes com mais rapidez.

Esse processo de adubação é mais natural e eleva a resistência das culturas às doenças, pragas e adversidades impostas pelo clima. Além disso, diminui consideravelmente a necessidade do uso de agrotóxicos, o que beneficia o meio ambiente e faz com que os produtos tenham ótima aceitação no mercado.

Ela é, portanto, uma estratégia de continuidade sustentável do negócio, já que proporciona o equilíbrio químico, físico e biológico do solo. No mais, a adubação orgânica gera uma vantagem econômica, visto que o produtor não precisará despender grandes quantias em pesticidas, nem arcar com os custos para a recuperação do solo degradado pelos próprios adubos e defensivos químicos. 

Para quem pensa que os adubos orgânicos são viáveis apenas para pequenos produtores está enganado. Existem grandes empresas voltadas para o setor, que desenvolvem adubos orgânicos de alta performance, com ação mais rápida e integral.

Os adubos são comercializados em diversos formatos, visando à homogeneidade dos nutrientes. Então, encontramos adubos peletizados, granulados e, também, líquidos, aplicados por fertirrigação via pulverização. Todas essas formas são amplamente utilizadas por propriedades com produção em grande escala.

Quais são as práticas para uma adubação orgânica ideal?

Chegando até aqui você já deve ter percebido os inúmeros benefícios da adubação orgânica, não é mesmo? Contudo, é preciso frisar que esse processo não é uma simples sopa de letrinhas — em que se adicionam adubos NPK de forma aleatória —, já que cada solo é único.

De modo geral, todas as plantas necessitam dos nutrientes que mencionamos, mas as culturas têm exigências específicas, além de estarem inseridas em seus contextos particulares. Assim, é precisoseguir algumas boas práticas. Acompanhe!

Faça a análise do solo

Em primeiro lugar, é crucial fazer uma análise laboratorial do solo da propriedade. Somente assim é possível saber em que condições ele se encontra e identificar quais nutrientes estão em falta no local.

Após essa avaliação, recomenda-se que o produtor consulte um engenheiro agrônomo para determinar o balanço exato dos nutrientes a serem adicionados, visando fomentar o desenvolvimento das plantas que serão cultivadas no local.

Use adubos de boa procedência

É muito comum que os produtores utilizem esterco de animais (principalmente de bovinos e aves) para adubar as forrageiras, plantações ou pastagens. Entretanto, é preciso destacar que esses resíduos não são utilizados em sua forma pura, diretamente no solo.

Isso vale para todas as matérias orgânicas utilizadas na adubação, na verdade. Todos os compostos são tratados antes, de modo que já estão decompostos (ou em decomposição) quando o produtor os utiliza. O tratamento desses resíduos assegura que eles estejam livres de contaminantes e com os nutrientes já disponíveis para absorção das plantas.

Monitore o solo constantemente

A adubação orgânica envolve um conjunto de ações para recuperação do solo e restauração do equilíbrio do ecossistema. Por isso, é preciso preparar o solo, adubá-lo e irrigá-lo para, em algumas semanas, ter o terreno fértil para o plantio.

No entanto, é essencial monitorar a fertilidade constantemente para que as plantas respondam da maneira que o produtor deseja. Fatores como umidade, temperatura e odor devem ser acompanhados de perto. Frente a qualquer indício de instabilidade, excesso ou falta de nutrientes, é possível estabelecer uma nova fórmula para a área plantada.

A adubação orgânica é uma estratégia inteligente e eficaz para garantir a produtividade das culturas ou das pastagens. Vale destacar que a escolha do produtor por um ou outro adubo depende muito do custo-benefício que o fertilizante apresenta — questão que pode ser avaliada antes da compra.

Como você pôde ver, a adubação orgânica apresenta boa performance e ajuda a aumentar a produtividade do setor. Colocando em prática as dicas que oferecemos, com certeza você colherá bons frutos!  

E então, gostou do conteúdo? Aproveite para saber mais sobre o segmento. Conheça, agora, 5 tecnologias que estão mudando as atividades no campo!

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