Os processos de soldagem a arco são de extrema importância para a indústria. A busca contínua por eficiência, qualidade e segurança leva a constantes avanços em diversos segmentos industriais. Por isso, ter o conhecimento das principais práticas e tendências da área permite uma visão mais assertiva para os diversos tipos de soldagem que existirão nos próximos anos.
Pensando em trazer mais informações sobre esse tema, convidamos Louriel Oliveira Vilarinho — professor titular da Universidade Federal de Uberlândia, diretor da Embrapii Tecnologia Metal-Mecânica e coordenador do Laprosolda — para apresentar as principais novidades na soldagem industrial.
Se você quer saber como aplicar as melhores práticas, aumentar seu desempenho nessa área e evitar acidentes de trabalho, continue a leitura deste post!
O que é soldagem a arco?
A soldagem a arco é uma das mais usuais na indústria. O professor Louriel explica que “esse é um grupo de processos que utiliza uma descarga elétrica controlada como fonte de energia para promover a união entre duas ou mais partes”.
O arco elétrico apresenta alta temperatura, entre 10.000 °C e 20.000 °C, com um jato de plasma que promove tanto ação térmica quanto ação mecânica, visando garantir a penetração do cordão de solda.
Quais as diferenças entre soldagem manual, semiautomática, mecanizada e automática?
De acordo com o professor Louriel, a característica principal de diferenciação entre elas se deve à forma como a tocha de soldagem é movimentada e o consumível é alimentado. Ou seja:
- soldagem manual: acontece quando o soldador realiza todas as operações de movimentação da tocha (definindo a velocidade de soldagem) e a alimentação do arame eletrodo (definindo a velocidade de alimentação);
- soldagem semiautomática: ocorre quando a fonte de soldagem realiza a alimentação do arame, enquanto o soldador executa as operações de movimentação da tocha;
- soldagem mecanizada: é quando o equipamento realiza ambas as movimentações (de alimentação do arame eletrodo e da tocha), mas sem controle elaborado, acontecendo em um nível mais simples;
- soldagem automática: semelhante à anterior, porém, é implementada uma lógica de controle (como os robôs industriais que conhecemos).
Para os processos de soldagem mais usuais na indústria (TIG, MIG/MAG, Arame Tubular e Arco Submerso), como eles se diferenciam quanto aos diversos graus de automação?
Segundo o professor Louriel, em geral “eles se diferenciam em função do consumível utilizado, da aplicação, das espessuras a serem unidas, do ambiente, da qualidade e da produtividade obtida”.
No que se refere ao grau de automação de cada um desses processos:
- TIG: manual;
- MIG/MAG aplicado por soldador: semiautomático;
- MIG/MAG aplicado por robô: automático;
- Arame Tubular: semiautomático;
- Arco Submerso: automático;
- Eletrodo Revestido: manual.
Além de compreender as diferenças entre eles, é interessante entender quando cada um dos processos é mais indicado. A seguir, explicamos em mais detalhes.
Quais são as aplicações da soldagem industrial?
Entender quando é mais apropriado usar cada processo é uma maneira de otimizar custos, ser mais produtivo, diferenciar-se no mercado de trabalho e aumentar as oportunidades. Nesse quesito, Louriel nos explica como usar os processos de acordo com o objetivo que você deseja alcançar:
- TIG: é um processo recomendado para se obter maior nível de qualidade, pois o soldador tem total controle da poça de fusão. Indicado para operações em passes de raiz, em que não se tem acesso pelo lado oposto da junta, bem como para operações precisas em chapas finas (aço C, inox, alumínio, ligas nobres etc.). Requer posto fixo e apresenta ótimo acabamento, mas baixa produtividade;
- MIG/MAG: alternativa para alcançar alta produtividade com um custo excelente. Soldagens industriais em geral, em que se requer posto fixo de trabalho. Bom acabamento, ótima produtividade e facilidade no aprendizado e na automatização;
- Arame Tubular: também ajuda a aumentar a produção, mas o consumível apresenta custo mais elevado. Apresenta um pouco mais de fumos. É melhor para ambientes mais arejados, como a indústria naval, para grandes espessuras e em várias posições;
- Arco Submerso: é indicado na união de materiais de maiores espessuras, cordões longos em peças lineares ou cilíndricas. Apresenta limitações para a soldagem em posições diferentes da plana e horizontal;
- Eletrodo Revestido: indicado para uso em diferentes ambientes e diferentes materiais, como aços-carbono, aços de baixa liga, aços inoxidáveis e ferro fundido. Embora traga facilidades, principalmente logísticas, por não empregar gases de proteção, o processo tem baixa produtividade e baixa cadência de trabalho, o que o direciona para a soldagem de manutenção e para as soldagens de campo (montagens, serralheria, estruturas industriais e tubulações).
Como cada um desses processos industriais evoluiu e como poderão se desenvolver futuramente? Alguns tendem a acabar?
O especialista Louriel Vilarinho explica que “a tendência de cada um é incorporar novas tecnologias, criando processos derivativos, ou combinar um ou mais processos, gerando processos híbridos, visando, principalmente, ao aumento de produtividade e/ou robustez”.
Ele completa explicando que cada processo conta com nichos de trabalho, os quais podem se sobrepor, mas não devem acabar. Em vez disso, serão adaptados ao nicho de aplicação, em função das tendências fabris.
Qual a importância de dominar os diferentes processos de soldagem?
A partir do domínio de diferentes processos, você consegue entender qual é o mais apropriado para a aplicação e para os resultados que deseja entregar. Esse cenário traz diversos benefícios, como economia de recursos, melhoria nas entregas e possibilidade de trilhar uma carreira de sucesso em diferentes mercados.
O professor Louriel ainda explica que “a soldagem é um processo especial no cenário da ISO 9001, contando com normas específicas de qualidade (ISO 3834) e de formação e responsabilidade de pessoal (ISO 14731)”.
Assim, o especialista aponta que o estudo e o domínio desses processos são fundamentais para cada profissional envolvido na Engenharia da Soldagem. Entre eles, podemos citar soldadores, inspetores, técnicos, tecnólogos e engenheiros.
Como o domínio das técnicas impacta o processo de soldagem?
Aqui o professor recomenda muito estudo e dedicação para conhecer profundamente cada processo. “Quanto mais se conhece acerca dos processos, dos materiais, do projeto/cálculos e da fabricação em si, maior o grau de qualidade obtido e, dessa forma, maior valor agregado ao resultado final da soldagem.”
Por que ter atenção à qualidade dos materiais?
Louriel destaca que “a norma ISO 17662 estabelece critérios para calibrar e aferir os equipamentos, os consumíveis e as técnicas do processo de soldagem”. Essa normatização determina os padrões de qualidade para atingir cordões de solda com propriedades apropriadas, a partir da qualificação do processo.
O professor Louriel alerta: “a cada ano, novas tecnologias, novos materiais, novos processos e suas variações são lançados, demandando arames de melhor qualidade e/ou características distintas, visando à excelência e à melhoria da produtividade”.
Para estar inserida nesse cenário, a Belgo Arames mantém parcerias com universidades a fim de manter os seus produtos na vanguarda da inovação, com o desenvolvimento e o benchmarking acompanhados de forma contínua. Esse tipo de ação abre caminhos e oportunidades.
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