Belgo Arames
Publicado por: Belgo Arames
Responsabilidade social na engenharia: atuando com consciência

Vivemos hoje em um mundo em que as pessoas estão, a cada dia, mais preocupadas com o ambiente que as cerca. Isso não diz respeito apenas às preocupações com questões ambientais, mas também ao cuidado com as relações interpessoais. 

Nesse sentido, é possível dizer que tendemos a agir de modo mais consciente e responsável. E o mercado de trabalho vem adotando essa prática com a criação de planos específicos para melhorar a convivência de todos. Mas você, engenheiro, sabe como agir com responsabilidade social? Sabe que ações e comportamentos são contemplados nesse conceito? 

Para ajudá-lo a conhecer e entender mais acerca de responsabilidade social na engenharia conversamos com o engenheiro Jonhson Rigueira. Continue a leitura e descubra como se tornar um profissional ainda melhor! 

O que é responsabilidade social?

O termo sustentabilidade se tornou popular há alguns anos. Conforme o tempo foi passando, o entendimento e a utilização desse conceito foram sendo aprimorados e se tornando mais abrangentes. Hoje, é possível dizer que ele vai muito além da questão ambiental.

Podemos relacionar a sustentabilidade diretamente com a responsabilidade social. Assim, além de atuar de modo socialmente responsável, também é preciso educar e conscientizar aqueles que estão à sua volta. 

Agir com responsabilidade social é adotar uma postura, tomar ações e ter comportamentos que visam o bem-estar social e coletivo de uma comunidade. Para Jonhson, é entender ainda o papel de cada indivíduo dentro de um cenário como a da construção.

Isso significa que cada um precisa ter consciência que aquilo que faz impacta direta ou indiretamente uma ou mais etapas dos processos da engenharia civil — seja ele do âmbito social ou ecológico. 

Por que a falta de responsabilidade social pode ser um problema?

De acordo com Jonhson, infelizmente, os trabalhadores da construção civil nem sempre estão tão engajados e acabam trabalhando de forma compartimentada, sem ter uma visão do todo. Mas é importante ressaltar que essa é uma questão cultural, que vai além da engenharia. 

Esse modelo de trabalho compartimentado dá lugar a uma comunicação falha — problema que pode acabar sendo percebido somente ao final da construção em si. Isso dificulta a identificação da origem de inconsistências no projeto.

De quem é a responsabilidade social na engenharia?

Ao contrário do que muitos pensam, não é só o engenheiro que tem que agir com responsabilidade social. Ela é um dever de todos os cidadãos, uma vez que não acaba quando a obra termina. É preciso seguir cuidando da estrutura para garantir principalmente a segurança.

Jonhson exemplifica dizendo que a maioria das pessoas compram um apartamento e acham que nunca mais terão que fazer nenhuma reparação nele. Ele diz que isso é engraçado, afinal, quando compramos um carro, entendemos claramente que, a cada 10.000km rodados, é preciso fazer revisões e manutenções. Segundo ele, o mesmo pensamento deve acontecer com as estruturas dos prédios. 

Para que a população se sinta responsável, o primeiro passo é ter conhecimento e consciência desse seu papel ativo — trabalho que deve ser realizado primeiramente pelas empresas de construção.

É preciso ter em mente que os treinamentos de equipes são um investimento, que trará bons resultados a longo prazo. O engenheiro Jonhson explica que essa responsabilidade social na engenharia é uma questão que só mudará quando houver entendimento de que o dinheiro investido em conhecimento dos colaboradores terá um retorno lá na frente. Nesse caso, os líderes e gestores precisam ter uma visão global e não pontual de quanto sai de dinheiro no final do mês. 

Quais são os benefícios de uma atuação consciente?

Quando questionado sobre os motivos de se investir em responsabilidade social na engenharia, Jonhson destaca três: segurança do usuário, confiança do cidadão e economia de recursos. Entenda mais sobre cada um deles, a seguir! 

Segurança do usuário 

Agir com responsabilidade social impacta a segurança do usuário da construção de maneira direta. Ou seja, se você realizou a obra pensando e cuidando para seguir todas as normas estabelecidas por lei, utilizou materiais de qualidade e contratou mão de obra especializada, você está provendo uma estrutura segura para todos os usuários e cidadãos. Se o engenheiro trabalha de forma responsável e consciente, ele está proporcionando e garantindo segurança para o coletivo. 

Confiança do cidadão 

Os acidentes envolvendo grandes estruturas, como barragens, pontes e túneis, podem despertar a desconfiança na população. Contudo, é importante dizer que não necessariamente o responsável por esses danos são os engenheiros que realizaram tais obras.  

De acordo com Jonhson, a gestão é não deixar de realizar a manutenção nas obras, o que pode evitar grandes problemas. Então, se você trabalha de forma segura, consciente e responsável, influenciando sua equipe a também agir dessa forma, fica mais fácil conquistar a confiança nos usuários da estrutura. 

Economia de recursos

Falamos que investir em conhecimento para gerar ações com responsabilidade social na engenharia pode significar um dinheiro a mais que deve ser gasto, para ter um retorno de médio ou longo prazo.

Contudo, o engenheiro Jonhson explica a chamada Lei de Sitter — que faz uma relação entre custo de atuação, projeto e manutenção com unidades monetárias. Na prática, a também conhecida como lei de evolução de custos comprova que é muito mais barato prevenir problemas do que, depois, encontrar soluções para eles. 

Basicamente, essa lei propõe que as etapas construtivas e de uso de uma obra sejam divididas em quatro períodos: 1. projeto, 2. modo de execução, 3. manutenção preventiva (ao longo da via útil da obra) e 4. manutenção corretiva (sempre que houver necessidade). Seguindo essa linha, é possível fazer análises, encontrando soluções efetivas para cada fase do projeto como um todo e ter uma maior previsão dos custos de cada etapa.

Como você pôde ver, um engenheiro responsável socialmente é aquele que se preocupa e age em prol da segurança da construção na qual está trabalhando do início ao fim. Alguém que pensa nos impactos ambientais, sociais e econômicos das suas ações durante e depois da obra — o que beneficia tanto a sociedade como um todo quanto o próprio engenheiro e sua equipe.

Que tal dividir esse conhecimento com seus colegas? Compartilhe este conteúdo nas suas redes sociais e ajude-os a ter um mercado de engenharia mais responsável socialmente!

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