O mercado da construção civil passa por constantes transformações. Uma solução arquitetônica que é adotada hoje pode perder espaço para outra opção mais econômica e/ou sustentável em um curto intervalo de tempo.
Dessa forma, é essencial tomar atitudes que flexibilizam o layout e melhorem a experiência do usuário em um empreendimento.
Contudo, alguns profissionais de engenharia ainda não utilizam soluções estruturais que viabilizem esse tipo de arquitetura. No final da história, todos saem perdendo, pois as obras não atingem bons resultados, e os clientes acabam buscando melhores opções nos concorrentes.
Quem adota medidas que flexibilizam os projetos tem mais chances de crescer. Isso acontece porque um prédio comercial, por exemplo, pode ser ocupado por várias empresas ao longo de sua vida útil. Cada uma delas tem características e exigências diferentes.
Por isso, é fundamental considerar soluções estruturais compatibilizadas com a arquitetura que reduzam pilares de forma a proporcionar vãos livres e flexibilidade de layouts.
O mesmo processo também pode ser utilizado nos prédios residenciais, proporcionando a possibilidade de oferecer plantas variadas de apartamentos ou de alterá-las posteriormente conforme a necessidade do cliente, o que facilita nas vendas das unidades.
Este post, resultado de uma conversa com o engenheiro Rubens Albuquerque, da EVEHX, vai ajudá-lo a compreender um pouco mais sobre o assunto, explicando conceitos e dando exemplos práticos. Confira.
O que caracteriza a flexibilidade de um layout arquitetônico?
Uma obra deve ser executada de acordo com as necessidades dos clientes, não é mesmo? Nessas horas, é preciso considerar várias questões para determinar a disposição dos cômodos e a integração entre os usuários da edificação.
As soluções construtivas adotadas determinam como tudo isso acontece e as decisões tomadas no planejamento e na execução do empreendimento podem facilitar ou não essas situações.
Segundo o engenheiro Rubens Albuquerque, um layout flexível é aquele que possibilita a modificação de ambientes do empreendimento, tanto residencial quanto comercial. Imagine, por exemplo, que um prédio de 15 andares será utilizado por dezenas de empresas.
É impossível prever a disposição dos móveis, das salas de reuniões e outros cômodos, certo? Pois então, ao adotar um layout arquitetônico que não é rígido, você permite que os usuários tenham mais liberdades no futuro.
O que determina a rigidez de uma solução?
A estrutura de uma obra é um de seus principais elementos. Ela garante estabilidade e transmite as cargas dos pavimentos até a fundação, e a opção estrutural adotada define a sua flexibilidade de layout.
Os elementos estruturais são inflexíveis e não podem ser alterados com o passar do tempo. Dessa forma, a flexibilidade de layout aumenta com a diminuição dos elementos estruturais localizados no volume útil do andar, como pilares, vigas e paredes estruturais.
Quem tenta fazer mudanças no formato arquitetônico pode enfrentar diversas dificuldades, pois a segurança da estrutura pode ser colocada em risco caso ocorra alteração desses elementos estruturais.
Quais são as soluções mais utilizadas?
Percebe-se, então, que vários elementos devem ser considerados antes que você tome atitudes em sua rotina de trabalho, a fim de proporcionar um layout arquitetônico eficiente e de qualidade.
As alvenarias estruturais e as paredes de concreto são bons exemplos de layouts rígidos. Além de vedar os ambientes, elas também têm a função de suportar as cargas estruturais, então qualquer modificação é extremamente complicada e deve ser avaliada previamente por um engenheiro estrutural.
O concreto armado é uma solução mais flexível do que as anteriores, mas ainda impõe limites no uso da estrutura, na perspectiva de Rubens Albuquerque. Você pode alterar a disposição de algumas paredes, porém deve respeitar o posicionamento de vigas e pilares que estão embutidos nas alvenarias, pois esses não podem ser removidos ou posicionados em outro lugar.
Abaixo, você encontra algumas maneiras para flexibilizar o layout arquitetônico:
Concreto protendido
Metodologia amplamente utilizada pelo mercado nacional e que tem qualidade comprovada por vários especialistas, a protensão, segundo o autor Walter Pfeil, pode ser definida como o artifício de introduzir, numa estrutura, um estado prévio de tensões, de modo a melhorar o seu comportamento, sob ação de diversas solicitações.
A protensão do concreto é aplicada com aços de alta resistência, chamados de cordoalhas, que são pré ou pós-tensionados por meio de macacos hidráulicos.
Essa metodologia é importante porque melhora a performance da estrutura, possibilitando reduzir a quantidade de vigas e pilares em um pavimento e viabilizar maiores vãos quando comparado com o concreto armado.
Essas mudanças parecem simples, mas são essenciais na hora de tornar o layout arquitetônico menos rígido. A protensão limita a densidade de estruturas no espaço interno de um empreendimento. Como consequência disso, os clientes podem escolher o posicionamento ideal para paredes e outros elementos.
Drywall
Em uma tradução literal do inglês, drywall significa parede seca. Como o seu próprio nome diz, não é preciso usar água ou argamassa na execução.
Essa tecnologia pode ser utilizada para substituir alvenarias de vedação com praticidade e rapidez. Ela é formada por chapas de gesso, aparafusadas em estruturas de perfis metálicos.
As paredes de drywall são mais leves e podem ser posicionadas de acordo com as exigências de cada cliente. É uma solução de fácil implementação e remoção. Lembrando que as instalações elétricas e hidráulicas são adaptada entre os perfis de gesso.
Por isso, essa solução é utilizada em conjunto com o concreto protendido para criar um layout arquitetônico flexível.
Quando elas são aplicadas?
Os exemplos citados anteriormente ajudam a rotina de trabalho de um engenheiro civil. Porém, é necessário um estudo antes de utilizá-los em suas obras.
Em um primeiro momento, você deve analisar os recursos disponíveis e o conhecimento da mão de obra, já que essas metodologias construtivas exigem técnicas e ferramentas não convencionais.
As construtoras já utilizam muito esses sistemas em empreendimentos de médio e alto padrão residencial. Existe, por exemplo, uma opção chamada “max house”, com a venda de várias plantas em um mesmo pavimento. Isso possibilita que cada andar tenha soluções diferentes.
Já os prédios comerciais, com lajes corporativas, são casos que sofrem mudanças corriqueiras. Hoje, por exemplo, eles são ocupados por uma empresa, mas, em alguns meses, várias outras gestões podem ocupar o espaço.
Portanto, é essencial adotar medidas que possibilitem a flexibilização do espaço interno e ambiente de acordo com as necessidades do ocupante.
Ao ler este conteúdo, você descobriu a importância do layout arquitetônico. A escolha dos materiais e a das técnicas construtivas determinam o futuro do usuário da obra. Trabalhar com soluções flexíveis, como o concreto protendido e o drywall, significa ter mais liberdade para mudar e posicionar cômodos, móveis e ambientes.
Dessa forma, considere essas questões em suas decisões. Sempre tenha em mente que é essencial contar com fornecedores de materiais para a construção civil de qualidade.
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