19/09/2024
Furto e roubo de gado no país exigem ação enérgica das autoridades de segurança e uso de tecnologias de monitoramento dos animais pelos pecuaristas
- Números são imprecisos, mas crimes em propriedades rurais ocorrem em todos os estados
- Monitoramento geolocalizado de bovinos é para minimizar perdas, aponta especialista
A pecuária de corte enfrenta um desafio crescente: o furto ou roubo de animais nas propriedades rurais. “As fazendas são afastadas de centros urbanos e com amplas e extensas áreas, o que facilita a ação de criminosos, que procuram falhas de segurança e proteção para invadir e ter acesso aos bens. O gado é valorizado pois representa grande valor no mercado”, explica Guilherme Viana, gerente de negócios da Belgo Arames.
“Furto e roubo de gado das propriedades rurais ocorrem em todos os estados. São milhares de casos no país e os animais envolvidos podem chegar às dezenas de milhares todos os anos, ainda que não haja consolidação precisa dos dados”, comenta Vianna. Os criminosos podem agir de diversas formas, como se passando por funcionários para conquistar a confiança dos proprietários, ou como parte de grupos especializadas, que conseguem levar os animais rapidamente.
As autoridades movimentam-se e constituem divisões de política especializadas. O governo do Rio Grande do Sul, por exemplo, criou a Delegacia de Polícia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e de Abigeato e a Agrodol, delegacia on-line especializada. “Mas, como está na Constituição Federal, a segurança pública é dever do Estado e responsabilidade de todos. Por isso, medidas de proteção ao patrimônio também devem ser implementadas pelos pecuaristas, visando evitar prejuízos”, reforça Guilherme Vianna.
O gerente da Belgo, empresa referência no mercado brasileiro de arames, recomenda medidas para os pecuaristas protegerem suas propriedades e o rebanho, como criação de grupos de comunicação entre os vizinhos mais próximos para ficarem atentos a movimentações suspeitas e reforço do cercamento da propriedade, seja com arame liso ou arame farpado ou cerca elétrica, que além de impedir a entrada de criminosos garante que o gado não escape. Outra eficaz solução é a adoção de tecnologias inovadoras que auxiliam o monitoramento de gado por meio de plataformas digitais acessíveis na palma da mão.
“É o caso da startup Instabov, que desenvolveu um colar com GPS que, ao ser colocado nos animais, capta e envia dados para antenas instaladas na propriedade rural, permitindo aos pecuaristas acessarem dados detalhados sobre a localização e o comportamento do rebanho”, detalha Guilherme Vianna.
Por meio do aplicativo da Instabov acessível por smartphone, os dados são atualizados a cada 10 minutos, gerando alertas. Com informações precisas em tempo real, o produtor pode tomar decisões rápidas e assertivas para proteger o seu negócio. Seja para localizar os animais – perdidos, furtados ou roubados –, seja para acionar autoridades policiais em caso de uma ação criminosa que possa, inclusive, colocar em risco a vida de pessoas. “Temos exemplos do benefício dessa tecnologia para a melhoria do manejo do gado, mas, também, para elevar a segurança no campo”, finaliza o gerente da Belgo Arames.