Belgo Arames
Publicado por: Belgo Arames
Profissional agrodigital: prepare-se para incorporar este conceito nos negócios

A dinâmica dos negócios e a digitalização estão formando novas demandas para o agronegócio. Nesse contexto, surge a importância do profissional agrodigital — você já ouviu falar nesse conceito? Como eles podem ajudar a otimizar a produção e a gerar mais lucro?

Devido à relevância do assunto, elaboramos este artigo. Durante a leitura, você entenderá como esses profissionais têm alterado as estruturas do mercado, quais são as expectativas em relação a eles para o futuro e quais vantagens eles podem trazer para a sua propriedade. Aproveite o conteúdo!

O que é um profissional agrodigital?

Em linhas gerais, os profissionais agrodigitais são aqueles que estão cada vez mais conectados e adaptados às novas tecnologias. Eles sabem como utilizá-las para melhorar a produtividade no campo, reduzir os custos operacionais e assim por diante.

Para tratar do tema com a profundidade que ele exige, conversamos com Marcelo Pereira de Carvalho, que é cofundador da AgriPoint — empresa pioneira na criação de sites sobre o agronegócio. Para ele, esse tipo de profissional não deixa os detalhes passarem despercebidos, sendo capaz de observar as revoluções tecnológicas e compreender de quais formas elas impactam os modelos de negócio.

“Há a questão de agricultura 4.0 e ela implica modificações nos canais de venda e na maneira como cliente e produtor compram. A inteligência artificial, por sua vez, pode, de alguma forma, substituir trabalhos que antes eram realizados por humanos, gerando um grande desafio em termos de mão de obra”, aponta o especialista.

O empreendedor também faz algumas ressalvas sobre o processo, destacando as dificuldades que a velocidade das novidades propõe. “Existem especialistas que colocam a rapidez de mudanças tecnológicas como algo que está muito acima da capacidade humana de adaptação. Vivemos em uma espécie de descompasso”, diz Carvalho.

Fato é que, no passado, as coisas aconteciam mais lentamente. Entre inventar um automóvel e ele se tornar popular, passaram-se muitos anos, por exemplo. Houve tempo para que os profissionais aprendessem e se especializassem.

Atualmente, o ciclo dos produtos e tecnologias é cada vez menor — o que obriga o profissional agrodigital a perceber as mudanças e, ao mesmo tempo, se planejar estrategicamente para receber as oportunidades e desafios que elas trazem para a sua carreira e/ou negócio.

Enfim, pode-se dizer que esse tipo de profissional ou empreendedor é aquele que sabe analisar dados e tirar proveito de recursos tecnológicos para melhorar a qualidade da pastagemcombater pragas com eficiência etc. Para ele, o aprendizado precisa ser contínuo e interdisciplinar.

Como o mercado tem reagido quanto à absorção desses profissionais?

Em linhas gerais, o mercado tem se mostrado receptivo. Iniciativas como o Congresso AgroDigital — evento 100% online e gratuito que aborda temas como gestão rural, carreira, tecnologias, mercado agrícola e marketing — comprovam isso muito bem.

Há, porém, certa resistência de alguns setores em aceitar novas técnicas e práticas. No senso comum, existe a impressão de que a máquina, a inteligência artificial e a análise dados pode comprometer a atuação dos profissionais que trabalham ou empreendem no campo. Na prática, porém, o objetivo é trabalhar ao lado das novas ferramentas, e não contra elas.

Por outro lado, também é possível notar um otimismo em relação aos novos recursos e às competências que eles demandam — as produções podem ser mais precisas, atendendo melhor às exigências impostas pelo mercado.

“Haverá como criar diagnósticos em tempo real, inclusive preditivos, e estruturar bases de dados complexas. Por meio deles, será viável saber como uma plantação desempenhou de acordo com o traço cultural, o regime pluviométrico e o tipo de solo, por exemplo”, indica Carvalho.

Como se preparar para novas mudanças?

Para Carvalho, o primeiro passo a ser tomado é se conectar aos movimentos alinhados às tendências da área. Ele recomenda que produtores e profissionais em geral separem um tempo significativo da rotina para ir a eventos especializados, estabelecer conexões relevantes com quem já atua em proximidade com a tecnologia e fazer cursos — online ou presenciais.

Ou seja, procure saber o que está sendo desenvolvido para otimizar o cercamento de gado, as melhores práticas de confinamento, as novas soluções para acompanhar a rotatividade de cultura, o desenvolvimento de insumos e defensores agrícolas inovadores e sustentáveis etc.

“Há problemas cujas resoluções as pessoas imersas no agronegócio não conseguem perceber. Hoje em dia, podemos usar mapas, satélites, conectividade, capacidade de processamento e armazenamento em nuvem. Com essas alternativas, podemos fazer muito mais do que antigamente”, ressalta o especialista.

Portanto, é preciso que aqueles que atuam na área se mantenham atentos a essa onda de possibilidades. Não se dedicar ao aprendizado, à observação e ao contato profissional pode gerar uma defasagem que será cada vez mais complicada de solucionar — é preciso mapear esse cenário e entender melhor o poder dos dados.

Quais são as vantagens de se transformar em um profissional agrodigital?

Quem trabalha com o agronegócio precisa, no momento, aprimorar a capacidade de gerenciar, medir e usar informações e ferramentas a seu favor. Afinal, aqueles que já estão investindo tempo na aquisição de novos conhecimentos podem largar na frente da concorrência daqui a alguns anos. A precisão nos processos de produção e o ganho de efetividade exemplificam isso muito bem.

Para isso, no entanto, quem produz precisa se planejar e considerar algumas alterações na postura administrativa. “O produtor tem que aprender a fazer as perguntas certas, identificar os problemas que quer resolver, o que não vai conseguir resolver, ver o histórico da empresa que pretende contratar, se é possível começar um projeto com um teste e por aí vai”, avisa o cofundador da AgriPoint.

Além disso, apesar da euforia que cerca o assunto, é necessário partir do princípio de que não existe nenhuma solução milagrosa. O que há são ferramentas com objetivos claros, capazes de gerar benefícios, se forem bem utilizadas — o que não suprime a demanda por uma boa gestão.

Reduzir os custos da produção e melhorar a produtividade são apenas algumas das incumbências do profissional agrodigital. Quanto mais cedo você incorporar esse conceito nos negócios, mais rápido as vantagens virão.

Se você gostou do texto, aproveite para manifestar suas dúvidas, opiniões e sugestões no espaço destinado aos comentários!

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