imagem de cordoalhas em cima de prédio
Belgo Arames
Publicado por: Belgo Arames
Quer saber quais são os principais tipos de laje protendida? Veja aqui!

É importante saber diferentes técnicas para aplicar na obra, a fim de conseguir reduzir materiais, diminuir gastos e aumentar espaço no canteiro de obra. Por isso, neste artigo, vamos falar sobre os tipos de laje protendida. Para tal, entrevistamos Sérgio Carvalho, consultor em concreto protendido e professor de engenharia na ENGINEME.

Com a ajuda dele, vamos explicar o que são lajes protendidas, destacando quais as principais indicações de uso, além de listar e elucidar os principais tipos delas. Apresentaremos ainda as vantagens e as desvantagens de cada uma e, por fim, vamos falar da relação custo-benefício. Acompanhe a seguir.

O que são lajes protendidas?

Consistem em um elemento estrutural plano edificado sobreposto ou justaposto às vigas. Também conhecidas como lajes de armadura ativa, são compostas por cordoalhas de aço de elevada resistência, tracionadas por macacos hidráulicos.

Nas lajes protendidas, são empregados métodos com concreto protendido, em que a tensão é realizada a partir das cordoalhas, aumentando a resistência estrutural.

Segundo Carvalho, assim é possível transmitir às lajes e a outras estruturas, como pilares e vigas, um sistema de força e obter várias vantagens:

  • diminuição da espessura da laje;
  • redução e controle das flechas;
  • minimização no consumo de armação passiva.

Tal distribuição de força por meio das lajes e pilares e/ou vigas vai equilibrar a fundação de toda a edificação, oferecendo um apoio seguro para a construção.

Quais são as principais indicações de uso?

As lajes protendidas são soluções estruturais empregadas em diferentes projetos, devido às vantagens proporcionadas e à versatilidade de execução da técnica. De acordo com Carvalho, especialista em engenharia, elas atendem muito bem:

  • ao uso de sistemas de forma mais racionalizada;
  • aos vãos com uma menor espessura de laje;
  • à possibilidade de layouts arquitetônicos variados no mesmo empreendimento;
  • a projeto de lajes lisas, ou seja, as lajes que se apoiam diretamente nos pilares;
  • a lajes com um rigoroso controle de flechas.

Além disso, o emprego delas pode variar conforme cada tipo de laje protendida, assunto do qual falaremos mais especificamente no tópico a seguir.

Quais são os principais tipos de lajes protendidas?

Há diferentes modelos de lajes protendidas. Assim, na hora de aplicar a ideal para sua edificação, é crucial conhecer os detalhes de cada uma. Veja mais a seguir.

Laje protendida nervurada

Essa categoria é composta pelo concreto armado com vigas cruzadas, uma película de concreto na parte superior e áreas vazias. Nas lajes nervuradas, as cordoalhas devem ser dispostas nas nervuras ou em região de faixas maciças.

Já os pontos vazios entre essas nervuras podem ficar sem nada, ou ainda ser preenchidos com materiais inertes, inefetivos na resistência estrutural, como:

  • blocos de concreto celular;
  • blocos de cerâmica;
  • blocos de isopor;
  • formas de poliestireno ou polipropileno.

Tais componentes inertes visam a atenuar o peso estrutural da extração de material da zona tracionada do concreto, proporcionando mais eficiência na composição da obra.

“As lajes nervuradas têm como principal característica o baixo consumo de concreto e aço e, quando protendidas, essas características são potencializadas, podendo, na maioria das vezes, trazer mais economia.”, explica Carvalho com relação às vantagens desse tipo de laje.

Laje protendida maciça

Essa estrutura apresenta uma espessura uniforme por toda sua extensão. Ela é construída no próprio canteiro de obras, com apenas concreto e aço. Em seguida, é apoiada sobre pilares e vigas. Isso possibilita distribuir a tensão da carga de modo equilibrado pela construção. 

Ao contrário da categoria anterior, esta apresenta “uma possibilidade de disposição de cordoalhas mais variada”, aponta Carvalho. As cordoalhas em lajes maciças conseguem diminuir o peso da estrutura, promover a economia de materiais, possibilitar o uso de menos vigas e pilares, elevar o espaço útil e impedir fissuras e deformações.

Laje protendida pré-moldada

Essas estruturas são produzidas de maneira industrial, em larga escala, e levadas já prontas ao canteiro de obras para serem implementadas. Nos projetos de fabricação, há muita criteriosidade e atenção aos cálculos estruturais e no controle de qualidade da matéria-prima empregada, a fim de resultar na leveza e na resistência necessárias para essas lajes.

Por já chegarem pré-moldadas no canteiro de obra, a edificação com tais lajes exige menos etapas e tende a ser mais ágil. Segundo Carvalho, elas ainda se destacam pela “possibilidade de vencer grandes vãos com uma execução racional”.

Qual a diferença entre as lajes protendidas e as treliçadas?

A laje treliçada trata-se de uma estrutura pré-moldada. Ela é constituída com painéis ou vigotas sobre uma base de concreto, e uma treliça ancorada composta de aço. As espessuras do vão determinam a dimensão da base e bitola da armadura, o que varia entre sete e trinta centímetros. Desse modo, tal estrutura é capaz de distribuir o esforço para pilares e vigas, enviando essa tensão para a base da edificação e, por fim, ao solo do terreno.

Essa estrutura se distingue da laje protendida no custo-benefício e na capacidade. Enquanto aquela pode ser um pouco mais custosa financeiramente, esta é mais econômica no quesito mão de obra. Entretanto, a laje protendida consegue suportar o dobro da tensão suportada pela laje treliçada. Logo, essa é mais barata, mas também aguenta menos esforço.

Porém, de acordo com Carvalho, é possível protender a laje treliçada e obter benefícios disso. Entre tais vantagens, estão:

  • graças à resistência inicial elevada, a diminuição de linhas de escoras;
  • estrutura com menos peso, por conta do menor emprego de concreto;
  • queda no uso de concreto de dez por cento, se comparada à laje treliçada tradicional;
  • na nervura da laje, a execução da protensão não aderente, o que viabiliza superar grandes sobrecargas e os vãos;
  • mais rapidez na construção, devido ao período menor para compor os escoramentos.

Quais as vantagens e as desvantagens?

Como há diferentes tipos de laje protendida, é bem provável que existam benefícios e prejuízos em relação ao uso de cada um deles. Por essa razão, vamos falar um pouco disso. “Cada sistema deve ter seu comportamento com mais vantagens a depender das características da obra em que está sendo aplicado.”, assim enfatiza o especialista em engenharia.

Ainda conforme Carvalho, o ideal é efetuar pesquisas de viabilidade sobre um conjunto de alternativas, a fim de chegar às desvantagens e às vantagens de cada laje, conforme o respectivo projeto.

Vamos ver alguns detalhes sobre benefícios a seguir.

Vantagens

Um dos grandes benefícios das lajes protendidas é a possibilidade de obter mais área de uso com menos gasto. Isso é crucial para as pessoas presentes no local, pois, após o término da construção, elas vão conseguir aproveitar mais espaço.

Por não precisarem de técnicas de escoramento, como o emprego de colunas, pilares e vigas, entre outras, as lajes protendidas ainda contemplam uma área de nove a doze metros, enquanto lajes convencionais atendem a espaços entre três metros e meio e cinco metros.

Além disso, as lajes protendidas acarretam as seguintes vantagens:

  • diminuição do consumo de armação passiva;
  • economia de recursos;
  • aumento na leveza das lajes;
  • liberdade arquitetônica;
  • redução de fissuras e de flechas;
  • versatilidade, pois não há restrição técnica de projetos para lajes protendidas.

Desvantagens

Devido à mão de obra especializada necessária e às empresas especialistas em protensão, costuma ser um recurso estrutural mais oneroso, se comparado a lajes de concreto armado. Esse fator financeiro é um grande empecilho para a maior popularização e implementação da técnica.

Também não é indicada para projetos com vão de cinco metros: devido ao gasto envolvido, não vale o custo-benefício. Por isso, é imprescindível uma avaliação antes de iniciar a obra.

Como equilibrar o custo-benefício e a tradição nesse contexto?

Para Carvalho, o custo-benefício pode ser equilibrado com o método a partir de um estudo de viabilidade. Com tal avaliação, é possível verificar alternativas de consumo de matéria-prima, de forma exata, levando em conta o local onde será edificada a obra.

Em tal análise, também são consideradas as técnicas mais convencionais, mais empregadas pela construtora e demais opções, as quais podem ser viáveis ao projeto, da perspectiva econômica ou prática, ou até nesses dois vieses.

Ainda conforme o consultor em engenharia, “a região do país onde será executado o projeto e as práticas construtivas da empreiteira responsável podem ser determinantes na composição do custo final”, aponta.

Segundo Carvalho, o Brasil é referência no método de protensão e, sobretudo, no uso de cordoalhas engraxadas. Ele afirma que, hoje em dia, muitas tecnologias produzidas aqui são exportadas para outros países.

Portanto, os tipos de laje protendida são valorizados na indústria da construção civil brasileira e tendem a trazer mais vantagens que desvantagens às diferentes edificações.

Entre em contato com a Belgo Arames e conheça mais sobre nossos produtos do setor de construção civil!

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