engenheiro analisando prancheta em frente a um galpão
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Publicado por: Belgo Arames
5 principais dúvidas sobre gestão de estoque de consumíveis de soldagem

Gestão de estoque eficiente é um dos principais pilares de um negócio. A gestão de estoque de consumíveis de soldagem se refere ao processo de monitoramento, controle e gerenciamento de materiais de soldagem para que sejam armazenados com os cuidados adequados, o manuseio seja feito corretamente e o estoque seja mantido em níveis adequados para atendimento da demanda, sem riscos de paradas e sem desperdícios. Esses cuidados são essenciais para garantir que se faça uso com segurança e com custos reduzidos.

Não vamos nos referir aqui à manutenção dos níveis de estoque, pois muitas empresas já são organizadas com isso, com softwares sofisticados para essa gestão. Vamos nos referir aos erros cometidos nos cuidados com os produtos, especialmente os consumíveis de soldagem, que requerem atenção no manuseio para não sofrerem perda de desempenho na aplicação.

Vale a pena conhecer quais são as melhores práticas e cuidados para executar no dia a dia. Pensando nisso, Mauro Apolinário da Luz, analista de Processos de Soldagem e especialista da Belgo Arames, esclarece as principais dúvidas sobre esse assunto.

Se você quer aprender mais sobre como realizar uma gestão de estoque eficiente para os consumíveis de soldagem, continue a leitura do post!

Quais são as principais dificuldades em gerir o estoque de consumíveis?

Entender como fazer a gestão de estoque de consumíveis é importante para evitar problemas e grandes custos. Nesse sentido, Mauro aponta algumas dificuldades que podem surgir, as quais destacamos a seguir:

  • a área onde ficam as matérias-primas principais, como chapas, tubos e perfis, é quase sempre mais protegida e organizada que a destinada aos consumíveis de soldagem;
  • a não observação das recomendações do fabricante quanto ao empilhamento máximo, uso de prateleira porta-palete, uso de acessórios adequados para movimentação e cuidados quanto à segurança;
  • a falta de controle de FIFO (First In/First Out) e FEFO (First Expired/First Out).

É preciso entender a necessidade de um layout que favoreça a logística de entrada dos produtos no estoque e abastecimento de consumíveis à fábrica, e ter critérios de qualidade definidos para recebimento e devolução, se necessário. Isso porque, segundo Mauro, existe um tempo recomendado para consumo, para evitar danos por oxidação e outros, naturais do envelhecimento do material.

Nesse sentido, de acordo com o entrevistado, a recomendação da Belgo para consumo dos arames, varetas e eletrodos, é de dezoito meses para embalagens fechadas e de trinta dias para embalagens abertas. “Esses são os prazos recomendados para consumo visando a evitar que os materiais se oxidem e tenham a sua utilização inviabilizada como consumíveis para soldagem”, afirma Mauro.

Quais são as principais dúvidas sobre a gestão de estoque de consumíveis de soldagem?

Entender quais são as boas práticas para realizar a gestão de estoque de consumíveis de soldagem é importante para evitar perdas e garantir eficiência no controle. Existem diversas práticas que podem auxiliar nessa tarefa. A seguir, são listadas dicas que vão ajudar a sua gestão. Confira!

1. Como deve ser o local de armazenamento?

O primeiro aspecto que deve ser levado em consideração é o local de armazenamento. Mauro destaca que ele precisa ser “seco, livre de umidade e vapores ácidos, longe de locais onde possa chover, longe de paredes úmidas e nunca apoiados diretamente no piso (usar palete de madeira)”.

Ainda é preciso saber como organizar os materiais. Mauro explica que eles “devem ser armazenados verticalmente, em prateleiras porta-palete. Isso facilita a visão do empilhador e permite acesso a todos os paletes do estoque”.

2. Como identificar os materiais no estoque?

Outro ponto destacado por Mauro é a identificação dos materiais. Ele explica que, para melhorar o controle do FIFO/FEFO, é preciso distinguir os paletes e embalagens por ordem cronológica, que pode ser a partir da data de recebimento (FIFO), ou melhor ainda, a partir da data de fabricação (FEFO). Um exemplo prático e fácil é a identificação por meio de etiquetas coloridas, onde cada lote recebido recebe uma etiqueta com a cor corresponde a um mês do ano.

Assim, deve-se fazer uma listagem com os materiais estocados, data de recebimento ou fabricação e cor da etiqueta. Tal lista precisa estar em posse dos empilhadores que, bem treinados, conseguem organizar a entrada e saída dos consumíveis do estoque, sem deixar que expire a data recomendada para consumo, explica Mauro.

3. Por que atentar às recomendações do fabricante?

Outro aspecto relevante diz respeito às recomendações do fabricante. Por exemplo, deve-se definir qual é a data limite recomendada para consumo. A Belgo aconselha que as embalagens devam permanecer fechadas no estoque até a data de consumo.

Mauro destaca que “os arames MIG e arames Arco Submerso são os mais críticos, por se tratar de embalagens com maiores volumes (barrica, spider, carretel grande)”, pois em muitos casos, quando esses packs são abertos, o tempo de consumo é longo.

Já os carretéis menores, que têm peso de 15 Kg, 18 Kg ou 30 Kg, são de consumo rápido e, portanto, menos críticos. Os tubetes das varetas TIG e também os eletrodos revestidos, em latas ou caixas, todos com suas embalagens fechadas, são menos críticos se armazenados corretamente, em prateleiras e ambiente seco.

“Uma vez abertas, as embalagens dos eletrodos devem ser mantidas em estufas, como é o caso do Belgo E7018 (à 125°C +- 25°C) e E6013 (à 60°C +-10°C).

O Belgo E6010 (mesmo aberto) pode ser mantido fora de estufa, porém, com as premissas já ditas: ambiente seco, livre de umidade etc. A Vareta TIG é ainda menos crítica, pois é para processo manual e não depende de sistemas de alimentação automático”, explica Mauro.

Para todos os consumíveis o manuseio deve ser sempre feito com o uso de luvas secas, para evitar a contaminação e oxidação acelerada dos consumíveis.

4. Quais os cuidados necessários com embalagens abertas?

Outro ponto relevante é sobre os cuidados que devem ser adotados com embalagens abertas. Mauro relata que o critério que condena o uso de alguns consumíveis na soldagem é quando ocorre adsorção de umidade e/ou oxidação, pois os problemas prováveis são na alimentação automática, na contaminação na solda e na ocorrência de defeitos como porosidade e trincas.

Para todos os produtos, se alguma embalagem for aberta no recebimento para amostragem e inspeção, esta deve ser colocada imediatamente para consumo antes do prazo de trinta dias.

5. Quando comprar os materiais?

Mauro explica que é preciso “sempre considerar um estoque de segurança, baseado em consumo previsto, prazo para reposição, imprevistos nas demandas como sazonalidade, dificuldades logísticas, escassez de matérias-primas (principalmente das importadas)”.

Tendo atenção a esses pontos, fica mais simples fazer a gestão de maneira adequada, mantendo sempre um estoque seguro para dar andamento aos trabalhos e atender às demandas com eficiência.

Quais são outros esclarecimentos sobre essa gestão?

Agora que você já conhece as principais dicas que podem ajudar na gestão de estoque de consumíveis de soldagem, fica mais fácil superar os muitos desafios desta responsabilidade.

Existem ainda outras dúvidas comuns, que podem ser esclarecidas pelos pontos a seguir, conforme destaca Mauro:

  • é sempre recomendado que se inspecione o material no momento do recebimento. Assim, caso tenha embalagem molhada, deslocada do palete, rasgada ou batida, é importante informar o fabricante e devolver o material de imediato, com anotações no verso da nota referentes à não conformidade. Isso evitará a burocracia na devolução;
  • é relevante “conferir os dados do pedido (especificações, volume, bitola, certificados, normas etc.) com a nota fiscal e com as etiquetas do material (na embalagem)”;
  • deve-se “criar rotinas de recebimento com controle das principais características que afetam a sua qualidade/produção”.

Tais dicas podem aumentar a produtividade e melhorar ainda mais a eficiência da gestão, além de garantir melhor desempenho dos consumíveis nos processos de soldagem.

É possível solicitar trocas junto ao fornecedor?

Nos casos em que o consumível estiver fora do prazo recomendado para consumo e oxidado, não há troca, pois não é considerado defeito de fabricação”, conforme explicado por Mauro.

Casos de consumíveis dentro do prazo recomendado para consumo, os defeitos de fabricação, identificados por inspeção visual (sem soldagem), como oxidação, falha no cobreamento, marcas e deformações, são fácil evidenciação e, portanto, sem dificuldades na troca;

No caso de reclamação do desempenho do consumível na soldagem, podem ser discutidos, mas sempre há muitos critérios envolvidos nesse processo, com acompanhamento de equipe especializada, pois as falhas que ocorrem na soldagem podem ser também decorrentes do processo, interação com outros consumíveis (gases, fluxos) e equipamentos.

Longos prazos de estocagem podem afetar, também, outras qualidades do arame. Entre elas, o grau de deformação plástica provocada pela “memória do acondicionamento”, chamados de Cast e Helix, que quando fora dos limites especificados por norma, prejudicam a alimentabilidade do arame — caso do processo MIG MAG.

Para que a devolução e ressarcimento sejam feitos de maneira prática, Mauro explica que é preciso atentar para algumas informações necessárias. São elas:

  • informações da etiqueta do material — código de barra, número de lote etc. Uma foto da etiqueta, frente e verso, seria o ideal;
  • evidência de não conformidade — imagens da falha, amostras etc.;
  • descrição detalhada da ocorrência.

Por meio desse conjunto de informações, a equipe Belgo abre uma Ocorrência de Cliente e avalia-se a sua procedência para retorno com brevidade ao cliente. Portanto, vale a pena verificar se tais critérios são preenchidos antes de realizar esse tipo de solicitação.

Viu como é importante desenvolver boas práticas para a gestão de estoque de consumíveis de solda? Isso contribui para que você reduza custos, tenha um bom planejamento de compra e alcance as metas da sua empresa. Portanto, é recomendado implementar esse tipo de melhoria no seu negócio, evitando desperdício ou perda da qualidade dos seus materiais para solda.

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