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Publicado por: Belgo Arames
3 principais processos de soldagem “manual” para aço comum e suas características

Quando se trata do processo de soldagem e dos equipamentos utilizados, muitas dúvidas podem surgir. Isso acontece principalmente pela variedade de métodos e materiais disponíveis nesse mercado, o que proporciona resultados e desempenhos distintos.

Pensando nisso, preparamos um conteúdo sobre os processos de soldagem Eletrodo Revestido, TIG e MIG-MAG, para que você escolha qual é mais apropriado para a suprir a sua necessidade. Quer conferir? Então, vamos lá!

Eletrodo Revestido

O processo de solda com eletrodo revestido é bastante antigo. Os primeiros experimentos de que se tem conhecimento ocorreram por volta do ano 1900. Durante muito tempo, esse foi um dos processos mais usuais entre os soldadores, porém, hoje, cede espaço a outros métodos mais produtivos e eficientes.

Neste processo o conceito é de soldagem manual, pois o soldador faz dois movimentos simultâneos (o de imprimir o cordão de solda e o de abastecer o consumível na poça de fusão).

É um processo com um custo de aplicação bem vantajoso, já que, com cerca de R$ 500,00, é possível adquirir um bom equipamento, com acessórios e eletrodos para trabalhar.

O eletrodo em si trata-se de uma vareta metálica com revestimento externo (e existem diversos tipos de revestimentos), que pode ser usado tanto para soldagens de união, como de enchimento ou mesmo de revestimento superficial para peças que necessitam de maior resistência ao desgaste ou maior resistência à corrosão, dependendo é claro, do tipo de aplicação.

Esse processo é bastante utilizado em obras de campo, como montagens de grandes estruturas, onde seriam impossíveis processos com proteção gasosa devido ao vento e à dificuldade de instalação do gás a certas alturas. Também soldagens de tubulações (por exemplo oleodutos e gasodutos) e demais estruturas de aço carbono em campo.

Outra aplicabilidade bastante empregada para esse tipo de consumível são as fabricações industriais (estruturas soldadas de galpões e telhados), na soldagem de manutenção (com variados materiais) e em pequenas oficinas e serralherias. É um processo barato e acessível, mesmo para aqueles locais com maior dificuldade de mobilidade.

Entre as maiores vantagens desse processo de soldagem estão:

  • facilidade em adquirir pequenas quantidades desse consumível (algumas lojas chegam a vender o eletrodo por unidade);
  • grande rede de distribuição (pode-se adquirir eletrodos revestidos desde pequenas lojas de bairros até grandes redes);
  • grande variedade de tipos de materiais disponíveis no mercado;
  • versatilidade nas aplicações (pode ser aplicado em ambientes fechados, abertos, em altura elevada, em qualquer posição, etc);
  • simplicidade do processo (não necessita de gás de proteção).

Como limitação, podemos citar:

  • baixa produtividade (portanto não é o mais indicado para fabricação de peças em produção seriada);
  • baixa eficiência (parte do eletrodo é desperdiçada em forma de escória e a parte não revestida é descartada).

TIG

Processo desenvolvido nos EUA a partir da década de 40, em plena segunda guerra, para soldagem de ligas especiais. O processo TIG (Tungsten Inert Gas) hoje é amplamente utilizado em materiais como aços inoxidáveis, alumínio e aço carbono comum.

Para isso, é utilizada uma fonte de energia e uma tocha (além de outros acessórios como cabo, terminal, mangueira e regulador de vazão de gás), para se obter o arco elétrico entre um eletrodo de tungstênio (não consumível) e a peça que vai receber a solda

Para que não ocorra contaminação da poça de fusão, nem do eletrodo de tungstênio, na soldagem TIG também é utilizado o gás de proteção (neste caso um gás inerte – argônio), justamente para evitar problemas com o contato do ar atmosférico.

Neste processo o conceito também é de soldagem manual. O soldador faz o movimento de conduzir o arco para formar o cordão de solda e o movimento, com a outra mão, para abastecer o consumível na poça de fusão.

Esse processo é reconhecido especialmente pela qualidade que é capaz de produzir, como limpeza, boa precisão, bom acabamento e isenção de defeitos, pois o soldador tem total controle da poça de fusão, da velocidade de soldagem e da adição do consumível. Em contrapartida, ele exige mais habilidade do soldador e mais horas de treinamento prático.

É claro que oferece suas vantagens, como o fato de ser adaptável para ampla gama de metais, poder ser utilizado em algumas aplicações sem consumível (solda autógena) e até mesmo a flexibilidade que oferece em trabalhos que exigem maior precisão, como é o caso de soldagens em chapas finas e manutenção de ferramentas de estamparia. É amplamente utilizado em passes de raiz de chapas e tubos, quando não se tem acesso pelos dois lados da peça.

Além de ser uma solda comumente manual, ela também pode ser semi-automática (com a alimentação do arame feita de forma automática). Em algumas aplicações o TIG é utilizado em processo totalmente automático, em células robotizadas. No entanto, esta escolha deve ser muito bem estudada, pois há que se considerar que esse processo é menos produtivo do que o MIG MAG.

Outro aspecto que não deve passar despercebido sobre o processo TIG é que ele tem maior eficiência de deposição que muitos outros processos. Praticamente 100% (ou quase isso) do consumível é aproveitado.

Entre as suas principais limitações estão a baixa velocidade de soldagem e o uso do gás de proteção, o que restringe a sua aplicação apenas para ambientes como oficinas e fábricas, não sendo indicado para aplicações de campo.

processos de soldagem: infográfico

MIG-MAG

Historicamente este processo só foi desenvolvido a partir de 1916, primeiramente o MIG e algumas décadas depois o MAG, com as demandas surgidas pelas grandes guerras. A grande facilidade na sua aplicação, a alta produtividade atingida, a facilidade de mecanização e automação, fizeram esse processo se desenvolver muito, sendo um dos mais utilizados nas grandes indústrias atualmente como a automotiva, bens de consumo, máquinas e equipamentos em geral.

O processo MIG MAG, quando operado por um soldador, apesar de ser popularmente conhecido como “manual”, o seu conceito é de soldagem semi automática, pois o soldador faz apenas um dos movimentos (o de imprimir o cordão de solda), já que a alimentação do consumível é feita automaticamente. Apesar desse detalhe, trouxemos este processo neste artigo pela sua notoriedade entre os processos manuais, onde o soldador é o “cara”.

O principal ponto de diferenciação entre o MIG e o MAG é o tipo de gás utilizado e a forma como ele age na solda. Nesse caso, ele pode tanto proteger a poça de fusão (caso do gás inerte no MIG) como reagir quimicamente com a poça de fusão (caso do gás ativo no MAG). Para isso, o soldador precisa de uma fonte de energia (máquina de solda), de um consumível em forma de arame, de um gás de proteção, de uma tocha para conduzir o arame até a solda e de alguns acessórios como cabo negativo e garra negativa.

Assim, com a prática de apenas algumas horas e alguma experiência nos ajustes de parâmetros (corrente, tensão, vazão do gás), já é possível obter um cordão de solda eficiente para a união de materiais.

Em técnicas mais apuradas de soldagem, para trabalhos que buscam maiores taxas de deposição, maior produtividade, o soldador pode se aprofundar um pouco mais nos detalhes e utilizar variadas técnicas e métodos de aplicação da soldagem, como por exemplo algum dos três diferentes modos de transferência metálica, que são:

  • curto-circuito — a transferência acontece quando o arame toca na peça e, com o pico de corrente, a ponta do arame é fundida e transferida em forma de gota para a peça;
  • globular — as gotas de metal fundido aumentam de tamanho em função do campo magnético e, quando maiores, caem por efeito da gravidade na poça de fusão;
  • spray — as pequenas gotas de metal se soltam da ponta do arame e são projetadas para a poça de fusão (nessa forma de transferência de gotas não há respingos).

Além destas, existem ainda muitas outras técnicas alterando o ângulo da tocha, variando os movimentos da mão e ainda algumas técnicas com o uso de equipamentos ou com consumíveis especiais. Independentemente do processo de solda escolhido, é preciso ter em mente que o soldador (ou o operador de soldagem automática) é o responsável pela qualidade da solda. Só ele sabe o que se passa no processo, conhece cada detalhe, seja a estabilidade do arco pelo ruído, seja a qualidade pelo nível de respingos, a penetração da solda pela cor da peça, etc.

O soldador é quem cuida indiretamente da segurança dos usuários de todas as peças soldadas, que somos nós (além de ser o responsável pela sua segurança). Por isso, é necessário toda a nossa atenção à sua atividade, critério na escolha dos equipamentos e dos consumíveis de qualidade e principalmente dedicação e cuidado nas escolhas dos seus EPIs, para que sejam confortáveis e seguros.

Importância do uso de materiais de qualidade

Os processos de soldagem estão sempre presentes nos mais diversificados ramos de atuação da indústria, como mecânica, eletrônica, aeroespacial, energia, incluindo até mesmo a construção civil. Suas variadas técnicas são empregadas a fim de unir peças, revestir materiais para melhorar o seu desempenho e também para promover a restauração de peças e equipamentos, algo fundamental no dia a dia de muitas atividades, principalmente em tempos de crise econômica.

Quando para muita gente o “novo” é sonho, o “restaurado” é factível. É por tudo isso que a soldagem deve sempre estar aliada à segurança e confiabilidade.

É claro que, para garantir a eficiência desses processos, o soldador deve estar ciente da diferença entre os tipos de soldagem, suas técnicas, os materiais e as funções específicas envolvidas em cada um deles. Isso é fundamental por que cada um tem objetivos distintos e geram resultados bastante particulares.

A Belgo é uma referência no mercado brasileiro quando o assunto é arames para soldagem.

Nossos consumíveis são de alta qualidade, o que garante a confiabilidade e a segurança dos processos de soldagem. É por isso que os produtos Belgo são certificados pelas mais rigorosas normas de qualidade nacionais e internacionais.

Agora que você já conhece alguns dos principais processos de soldagem, que tal entender melhor o que os produtos Belgo podem oferecer para a sua indústria? Converse com a gente e saiba como podemos ajudar!

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